Ricardo Catarro, reconhecido fotógrafo da região, natural de Almeirim, volta a dar cartas no universo da fotografia de casamento. Desta vez, a VOGUE dos EUA, uma das mais prestigiadas revistas de moda e lifestyle do mundo, publicou um casamento que fotografou, de um casal de Estocolmo que veio casar a Sintra, em Outubro do ano passado. “Senti que tudo está a acontecer muito rápido, que todo o meu trabalho até aqui, está a ser recompensado”, afirma Ricardo Catarro, que se assume como um “verdadeiro apaixonado pela fotografia, cinema e música”.
Foi no final de 2011 que adquiriu a sua primeira reflex e, desde então, nunca mais parou: “percebi que o meu desejo era aprender o máximo. Desde cedo fui para o terreno testar todas as teorias e criar as minhas próprias abordagens nas mais diversas áreas da fotografia. Com orgulho posso dizer que sou um autodidacta”.
“Ter a oportunidade de registar e documentar um casamento é algo que me preenche, que me move e me emociona. Poder partilhar a minha visão fotográfica, o meu Amor pela arte e a paixão pelo que faço é muito mais do que ser apenas um fotógrafo”, confessa.

O que sentiu ao ver um dos seus trabalhos publicados na Vogue?
Foi com enorme orgulho e grande felicidade, que recebi a notícia que tinha um trabalho publicado na Vogue. Senti que tudo está a acontecer muito rápido, que todo o meu trabalho até aqui, está a ser recompensado.

O que foi necessário para chegar ao patamar onde se encontra?
Muita vontade de aprender e muito tempo para o fazer. Praticar bastante; errar e corrigir o erro; analisar outros trabalhos (para ver o que pretendemos fazer e não fazer); estar no sítio certo, à hora certa. Acertar e mesmo assim analisar, para entender como poderia estar melhor.

Como viveu este último ano de pandemia?
De forma cautelosa, financeiramente falando. Dado que quase todos os meus trabalhos foram adiados ou cancelados. Apreensivo, com o que futuro pode trazer de mal à área da fotografia de casamento, mas ao mesmo tempo esperançoso com o que poderei alcançar, quando voltarmos à normalidade (Sim, porque vamos, temos e devemos voltar à normalidade).

De que sentiu mais falta?
Da suposta liberdade adquirida desde 1974.

O que aprendeu durante o confinamento?
A dar valor ao que tínhamos como garantido durante toda a nossa vida até ao início da pandemia.

Onde vai buscar a inspiração para o seu trabalho?
Tento pesquisar novas abordagens quase diariamente. Vejo constantemente trabalhos de outros profissionais, para tirar algumas ideias, para poder no futuro criar as minhas versões. Gosto muito de cinema e a minha maneira de ver um filme/série é um pouco diferente, foco-me bastante na luz, nos enquadramentos e menos na história. Até numa simples viagem de carro, consigo construir fotografias mentais, em que posteriormente coloco em prática.

Já conquistou alguns prémios de fotografia em Portugal e no estrangeiro. É gratificante ver o seu trabalho ser reconhecido?
Obviamente que sim. É sempre um motivo de orgulho e felicidade.

Ser licenciado em gestão de empresas facilita a organização de uma profissão tão instável como esta?
Sim. Ao ter conhecimentos da área financeira, permite-me organizar, gerir e planear melhor o presente e futuro do meu negócio.

Quais são os seus objectivos para o futuro?
Na minha área principal, tenho como objectivos, consolidar ano após ano o meu nome e conseguir ter a oportunidade de fotografar cada vez mais no estrangeiro.

Que conselhos daria a quem quer iniciar uma carreira nesta área?
Que sejam resilientes. Que criem um plano a médio e longo prazo e não apenas a curto-prazo. Que ganhem algum crédito primeiro antes de se aventurarem na fotografia dita “profissional”.

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