Os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) aprovaram por unanimidade uma moção que visa avançar para a elaboração dos estudos necessários à implementação de um aeroporto regional para uso civil e militar em Tancos.
No texto da moção, a que a Lusa teve hoje acesso, pode ler-se que “o aeródromo de Tancos é elemento essencial para a coesão do território do Médio Tejo, Lezíria, Beiras e Alto Alentejo”, tendo sido aprovado pelos autarcas dos 13 municípios “recolher os elementos bastantes dos estudos já efectuados sobre o aeródromo de Tancos, bem como realizar os estudos necessários para a implementação de um aeroporto regional civil-militar” na localidade de Tancos, concelho de Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém.
Além de anunciar o início de um “procedimento para um estudo técnico que permita fazer uma primeira avaliação sobre a viabilidade” do aproveitamento do Aeródromo de Tancos para a implementação de um aeroporto regional, o objectivo da CIMT é “desenvolver, em estreita colaboração com a Instituição Militar, um conjunto de trabalhos e estudos preparatórios que permitam conhecer e avaliar as mais-valias de um eventual aproveitamento do Aeródromo de Tancos para a implementação de um aeroporto regional, como porta de entrada na região através do meio aéreo”.
O estudo deverá “avaliar a procura, a concorrência, as características técnicas e os custos alocados à construção de um aeroporto regional”.
Os autarcas da CIMT anunciaram ainda ter solicitado um conjunto de reuniões com os ministros da Defesa e das Infraestruturas para “obter uma definição política clara e objectiva sobre o aeródromo de Tancos” e que vão proceder à realização de debates públicos sobre o tema, o primeiro dos quais no dia 5 de Fevereiro, às 21h00, no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha.
O objectivo dos debates é “envolver os empresários, as CIM e os cidadãos nesta causa que defende a construção do aeroporto em Tancos”, deu conta Anabela Freitas, presidente da CIMT, citada na mesma nota.
“Não estamos a competir com ninguém, o que entendemos é que temos uma centralidade, que não é só nacional, é também ibérica, e estamos muito bem servidos por redes rodoviárias e ferroviárias, estando assim reunidas todas as condições para acolher uma infraestrutura deste género”, afirmou.
Por outro lado, o Conselho Intermunicipal do Médio Tejo deliberou ainda por unanimidade “empenhar-se junto da administração central para que esta realize, quanto antes, estudos para a criação de remodelação ou construção de novas infraestruturas tendo em vista o desenvolvimento da região e da coesão nacional contribuindo para atenuar assimetrias de desenvolvimento nas zonas de baixa densidade e tão anunciadas publicamente pelo poder político nacional”.
Foi ainda deliberado que a moção agora aprovada será remetida para apreciação e deliberação às Comunidades Intermunicipais e Assembleias Intermunicipais da Lezíria, do Médio Tejo, das Beiras e do Alto Alentejo, bem como a todos os municípios destas regiões.
Com uma área geográfica de 3.344 quilómetros quadrados, a CIMT integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha (do distrito de Santarém) e Sertã e Vila de Rei (distrito de Castelo Branco), com um total de 247.330 habitantes (censos 2011).