O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre que medidas vai tomar para responder às dificuldades sentidas pela população migrante após a pandemia de covid-19.
Numa pergunta endereçada à ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, o BE refere que “tomou conhecimento da situação de trabalhadores migrantes, que residiam em condições extremamente precárias e foram colocados em quarentena devido à situação epidémica”, pelo que quer saber se o Governo tem conhecimento desta situação e que acções serão levadas a cabo para proteger os migrantes e evitar que continuem a enfrentar diversas dificuldades.
No documento, os bloquistas destacam o caso de 31 pessoas que habitavam a mesma casa no Cartaxo sem condições para cumprirem o isolamento social, e que foram encaminhadas para duas zonas de quarentena depois de quatro delas apresentarem sintomas da covid-19.
Em comunicado divulgado no início do mês, a Câmara Municipal do Cartaxo avançava que 20 pessoas foram encaminhadas para a escola secundária da cidade e as restantes 11 para o pavilhão de festas de Vila Chã de Ourique.
O BE elenca um conjunto de factores já existentes antes da pandemia e que agora se agravaram, como atrasos nas marcações no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a precariedade e a exploração laboral ou a “falta de estratégias eficazes de acolhimento das pessoas migrantes e suas famílias”.
Para o Bloco, “grande parte das medidas para contenção da crise epidémica, que agora se encontram em curso relativamente a estas populações”, podiam “ser diminuídas ou tomadas de forma menos gravosa para as populações envolvidas”.
“Nesse sentido, e de forma a habilitar estas populações de meios e ferramentas que as protejam na situação de pós-epidemia, urge tomar conhecimento das dificuldades que atravessam e das acções mais aptas para a diminuição ou eliminação dessas dificuldades”, reforça o texto.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 140 mil mortos e infectou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.