O bispo auxiliar do Porto Roberto Mariz admitiu hoje, em Fátima, que os portugueses se têm confrontado com um “aumento galopante do custo de vida”, que se sente particularmente no setor da habitação.
O prelado, que está a participar no 35.º Encontro Nacional de Pastoral Social, reconheceu, citado pela agência Ecclesia, que a habitação e o arrendamento atingiram “patamares que a rede de apoio social e sócio-caritativo tem muitas dificuldades em responder imediatamente e atempadamente, mesmo articulando com apoios que existem no setor social”.
Roberto Mariz disse esperar que a preocupação em relação à habitação se mantenha na agenda, frisando que não existem “soluções mágicas”, mas considerou ser positivo que as forças políticas falem do problema.
Por sua vez, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH), José Traquina, assegurou que a Igreja quer “fazer parte da solução” no combate à pobreza.
“Não queremos estar no terreno, a ajudar as pessoas, para as manter nessa situação de pobreza. A nossa ajuda às pessoas é fazê-las sair dessa situação, passando para uma situação mais estável e mais autónoma”, disse à Ecclesia o bispo de Santarém, também presente no Encontro Nacional de Pastoral Social.
José Traquina referiu-se, também, às dificuldades no acesso à habitação, considerando-as o sinal de uma sociedade com “desequilíbrios”.
O presidente da comissão episcopal sublinhou a importância do aumento do ordenado mínimo nacional, previsto no Orçamento de Estado para 2024, e alertou para a situação em que se encontram as instituições de solidariedade social, que têm vindo a ficar “economicamente mais fragilizadas” nas últimas décadas.
O Encontro de Pastoral Social decorre até quarta-feira e tem como tema a questão do “Envelhecimento”.