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A Câmara de Abrantes saudou hoje o parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o primeiro de quatro parques eólicos da Endesa, lembrando a necessidade de “compensar” a região pelo fecho da central a carvão do Pego.

“Nesta fase de implantação deste grande projeto por parte da Endesa desejamos obviamente que possamos ter mais projetos de energia renovável para compensar, do ponto de vista também económico, toda a região do Médio Tejo, e que desta maneira consigamos alavancar um dinamismo económico e valorizar a nossa competitividade também ao nível das energias renováveis”, afirmou à Lusa o presidente do município, Manuel Jorge Valamatos.

O autarca destacou a importância do parecer favorável no âmbito da execução de um projeto mais vasto da Endesa para a reconversão da central a carvão em Pego, e dos impactos negativos decorrentes do fecho daquela unidade no concelho de Abrantes, distrito de Santarém.

“Estamos perante a execução daquilo que foi uma candidatura ao ponto de injeção no Pego, um projeto na ordem dos 600 milhões de euros de investimento no nosso concelho e na nossa região, mas particularmente aqui em Abrantes, que depois também tem impacto e implementação dos projetos, quer da energia solar quer da energia eólica, também aqui nos concelhos vizinhos”, declarou.

Ainda segundo Valamatos, a aprovação do parque eólico “está de acordo com o encerramento da central” do Pego.

“Deixámos de ter energia produzida por carvão e vamos ter energia a partir de fontes renováveis, o fotovoltaico, o eólico, o hidrogénio e outras fontes de energia que possam surgir”, acrescentou.

O projeto da Endesa para a reconversão da central do Pego (Abrantes), o Parque Eólico das Aranhas, recebeu um parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ainda que com condições.

Segundo o documento disponível no ‘site’ da APA, que foi divulgado inicialmente pelo Expresso, a Comissão de Avaliação emitiu um parecer favorável ao projeto, “condicionado ao cumprimento dos termos e condições impostas”.

Os impactos negativos do projeto “irão ocorrer na fase de construção, mas serão mais significativos na fase de exploração”. “Na fase de construção os impactos são considerados, na sua maioria, negativos, pouco significativos e temporários, enquanto na fase de exploração preveem-se impactos negativos significativos a muito significativos”, lê-se no parecer.

Existem efeitos ao nível da paisagem, bem como relativos à sensibilidade patrimonial e aos recursos hídricos, com o autarca de Abrantes a sublinhar a importância dos cuidados ambientais.

“Estamos a falar de uma linguagem de futuro e também, como é óbvio, de impactos ambientais que têm de ser avaliados pelas entidades competentes. É isto que nós desejamos, que haja bom senso e equilíbrio e que a nossa região tenha esse sentido de estar próximo do futuro da produção de energia e simultaneamente sem problemas ambientais”, declarou.

Por outro lado, há também “impactos positivos a nível nacional, tendo em conta a contribuição do projeto para a diversificação das fontes energéticas do país”, segundo a APA.

Além disso, há efeitos positivos tendo em conta o próprio objetivo do projeto, sendo que “o Cluster do Pego, do qual faz parte o presente projeto, vem amplificar o objetivo de redução das emissões e compensar a perda de empregos referida, o que se traduz também em impactos positivos muito significativos, não só a nível nacional como a nível regional e local”.

“Importa assim considerar os impactos positivos indiretos ao nível da economia local, e os impactos diretos com a criação de postos de trabalho (ainda que em número reduzido)”, que “são considerados significativos quando cumulativos com os outros projetos do setor energético na região”, refere a comissão de avaliação.

O Projeto do Parque Eólico de Aranhas, e a respetiva ligação ao Posto de Corte do Pego, situa-se predominantemente nos concelhos de Chamusca e de Abrantes.

O parecer, cuja decisão data de 22 de outubro, foi então favorável condicionado.

A Endesa ganhou o concurso de transição justa para a reconversão da Central Termoelétrica do Pego, com um projeto de investimento de cerca de 700 milhões de euros, que combina a hibridização de fontes renováveis (solar fotovoltaica e eólica) e o seu armazenamento, com iniciativas de desenvolvimento social e económico.

Dada a complexidade do projeto, a empresa decidiu dividi-lo em quatro blocos, que estão em diferentes fases de tramitação ambiental, com vista à entrada em funcionamento em 2027, sendo que o primeiro bloco é o de Aranhas, para energia eólica equivalente ao consumo de 350.000 habitações durante um ano.

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