A Câmara de Almeirim decidiu manter interditos os parques infantis, espaços desportivos e bancos de jardim para evitar a aglomeração de pessoas e o risco de “voltar atrás” no desconfinamento determinado pela redução de casos da covid-19.
O presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro (PS), justificou a decisão com a norma que determina o regresso ao confinamento se o número de casos de infecção pelo novo coronavírus for superior aos 120 por 100.000 habitantes, já que o concelho apresentou, domingo, uma incidência de 111 casos por 100.000 habitantes e hoje se verificou “muita gente a desconfinar demasiado depressa”.
Pedro Ribeiro disse à Lusa lamentar a quantidade de pessoas que se aglomerou em vários espaços públicos, sem máscara e sem cumprir o distanciamento definido nas normas da Direção-Geral da Saúde, pondo em risco a evolução positiva do número de casos da covid-19.
Para o autarca, “parar o desconfinamento” ontem iniciado “implica danos muito elevados” para a economia e para as pessoas.
“Assim, e no uso das competências específicas que a Câmara tem, e tendo em conta o que vimos esta manhã, demos indicações à GNR para manter, até à próxima avaliação, os parques infantis, espaços desportivos e bancos de jardim interditos”, declara o autarca num comunicado.
Pedro Ribeiro adverte que “é possível utilizar os jardins e parques para caminhar, fazer exercício, etc”, mas que não se está em “condições de fomentar a aglomeração de pessoas”.
“É preferível tomar estas medidas agora do que, depois, voltar atrás. A reabertura da sociedade depende de todos e de cada um. E essa reabertura é fundamental quer pela saúde mental, quer por questões económicas. Mas, para que isso aconteça, precisamos da sua ajuda”, escreve na sua mensagem.
O plano de desconfinamento anunciado a semana passada pelo Governo iniciou-se hoje com o regresso às escolas dos alunos do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo, a reabertura das creches e das actividades de tempos livres (ATL) destinadas às crianças até ao primeiro ciclo.
No âmbito do plano apresentado pelo Governo, a partir de hoje podem também abrir as lojas de comércio local de bens não essenciais para venda ao postigo, assim como os cabeleireiros, as manicures, as livrarias, o comércio automóvel, a mediação imobiliária, as bibliotecas e arquivos.
O teletrabalho e o dever geral de confinamento mantêm-se como regras gerais previstas no plano.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro anunciou que o desconfinamento, previsto até 03 de Maio, será um processo gradual e sujeito a apreciação quinzenal em função da avaliação do risco da pandemia de covid-19.
As medidas da reabertura anunciadas serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os 120 novos casos de infecção por dia por 100 mil habitantes a 14 dias ou sempre que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapasse o 1.