A Câmara de Rio Maior vai ter em 2020 um orçamento que ronda os 26 milhões de euros, “o maior dos últimos seis anos”, fruto da aposta em obras com financiamento comunitário, disse o presidente do município.
Filipe Santana Dias, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, disse à Lusa que 2020 será um ano determinante para a recuperação da frente ribeirinha da cidade, para a qual existem três projectos orçados, no total, em cerca de 4,5 milhões de euros.
O autarca afirmou que a intervenção na villa romana (implantada à beira do rio Maior no início do séc. III/IV), da ordem dos 680 mil euros, está em fase de conclusão, tornando-se “visitável” no início de 2020, tendo arrancado recentemente a obra de requalificação da zona ribeirinha, contígua àquele núcleo arqueológico.
Esta intervenção, com um investimento total previsto de 1,8 milhões de euros, o grosso do qual a decorrer durante o próximo ano, deverá estar concluída no início de 2021, afirmou.
O outro projecto para esta zona visa a recuperação da antiga moagem, uma obra estimada em 2 milhões de euros que está em fase de conclusão de projecto para submissão da candidatura a fundos comunitários no início de 2020, e que acolherá um núcleo museológico e espaços de restauração e de apoio, adiantou.
Este projecto tem inscrita para 2020 uma verba “simbólica”, já que estará em fase de arranque, afirmou o autarca.
A verba destinada a investimento inclui ainda a reabilitação de edifícios para alojamento de estudantes e a eficiência energética na rede de iluminação pública.
O orçamento, com um crescimento de 1,4 milhões de euros em relação ao deste ano, e que será ainda submetido à Assembleia Municipal, foi aprovado pela maioria social-democrata do executivo autárquico, tendo a vereadora do CDS Ana Figueiredo (eleita pela coligação Juntos pelo Futuro, com o PSD) optado pela abstenção.
Os dois eleitos do Partido Socialista votaram contra, sublinhando que o documento não reflecte a sua visão para o concelho e criticando, na sua declaração de voto, o “desinvestimento” nas redes de saneamento e de abastecimento de água, com esta a necessitar de “profunda remodelação” dadas as elevadas perdas de água registadas (superiores a 50%).
Os vereadores socialistas, liderados por Daniel Pinto, criticaram ainda o valor destinado à cultura (400.000 euros).
Santana Dias afirmou que o município conta ter, no final do ano, um saldo de gerência de 1,2 milhões de euros, o que dá “algum conforto” para a realização do investimento previsto, sublinhando que as obras com financiamento comunitário são comparticipadas em 85%.
O autarca destacou o crescimento do apoio às freguesias, que este ano teve um crescimento de 37,5% em relação a 2018 e que continuará a crescer em 2020, mais 28%, passando para os 704.000 euros, num esforço de dotação para que estejam preparadas para receber a delegação de competências prevista para 2021.
Sobre a dívida, Santana Dias afirmou que prossegue o “caminho da recuperação”, estimando que seja da ordem dos 7 milhões de euros no final deste ano (contra os 26 milhões no final de 2009, ano em que a coligação PSD/CDS sucedeu ao PS), o que “já é gerível” e permite o recurso à banca, “se necessário”.
Com 21.192 habitantes, o concelho de Rio Maior tem uma área de 273 quilómetros quadrados e divide-se em 10 freguesias. O executivo municipal integra cinco eleitos da coligação PSD/CDS Juntos pelo Futuro (52,9% dos votos nas autárquicas de 2017) e dois vereadores do PS (30,4%).