O Jardim Portas do Sol acolheu este sábado, dia 29 de Setembro, o lançamento da publicação “Santarém. Carta Arqueológica Municipal”, uma edição do Município de Santarém que assinala as Jornadas Europeias do Património, com o tema “Partilhar memórias”.
Esta publicação é um instrumento determinante para o desenvolvimento sustentável de Santarém e para a definição das suas políticas de ordenamento do território, cujo trabalho de atualização vai continuar nas próximas décadas.
O conhecimento e a valorização do património arqueológico é de grande importância, tanto mais quando se procura que este sirva de base à criação de um instrumento eficaz de gestão do território (Plano Director Municipal) que permita salvaguardar, estudar, valorizar e proteger um traço fundamental da memória e identidade do concelho de Santarém. A elaboração da Carta Arqueológica de Santarém em base informática georreferenciada foi um dos projectos assumidos pela autarquia scalabitana desde 2002, altura do primeiro relatório de progresso.
No âmbito da actual Revisão do Plano Director Municipal, a equipa municipal de arqueologia assegurou a elaboração da Carta de Sensibilidade Arqueológica do Concelho de Santarém. Entre 2013 e 2017, foi possível apresentar, pela primeira vez, a caracterização das referidas Áreas de Sensibilidade Arqueológica e a Carta de Graduação das Restrições Arqueológicas, tendo como base a localização e relocalização de arqueossítios.
Na primeira parte do livro, apresenta-se a Carta Arqueológica e na segunda algumas sínteses elaboradas por diferentes especialistas. Aqui encontram-se textos sobre os geossítios da área do município, dá-se a conhecer os primeiros elementos da Pré-História Antiga e Recente de Santarém, novos dados sobre a presença romana e visigótica, o castelo medieval de Alcanede e o antigo Convento de S. Domingos e percorre-se mais de duas dezenas de troços muralhados existentes na cidade de Santarém.
É um livro eclético, que tanto pode ser lido pelo especialista, como pelo simples munícipe que quer elevar o conhecimento patrimonial do seu município. Por outro lado, pretende ser também um manual de boas práticas, para que todos percebam como funciona a arqueologia em Portugal e no próprio concelho de Santarém.
Esta publicação de referência contou também com os contributos de investigadores convidados, nacionais e estrangeiros, representando instituições como a Direcção Geral do Património Cultural, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Universidade de Lisboa, Universidade do Algarve, Universidade do Minho, Universidade Nova de Lisboa e Simon Fraser University (Vancouver, Canadá).
A publicação “Santarém. Carta Arqueológica Municipal” traz como anexo um DVD, onde, em suporte digital, podem ser consultadas todas as fichas de cada um dos 461 sítios arqueológicos inventariados.
No final desta apresentação, o público presente pode assistir ao concerto do trio PETIT GATÔ. Um clarinetista, um acordeonista e um contrabaixista que abordam vários estilos e sonoridades musicais, que passam pelo cancioneiro francês, o tango, o jazz, a bossa-nova e até mesmo um repertório mais atual.
António Matias, arqueólogo municipal, responsável por este trabalho e Ricardo Gonçalves, presidente da autarquia, falaram sobre esta obra que é considerada uma “referência nacional a partir de Santarém”. Veja o vídeo.