A directora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, Sandra Costa Saldanha, destaca as boas práticas de conservação da Catedral e Museu Diocesano de Santarém e a importância de “resgatar e devolver peças à comunidade”.
“Há um exemplo que nasceu da própria comissão diocesana vocacionada para esta área e agora em torno da Catedral e depois do Museu de Santarém entretanto criado. Este exemplo pode ilustrar de forma assertiva as boas práticas de conservação do património em Portugal”, afirma.
A responsável pelo sector dos Bens Culturais da Igreja Católica escolheu este exemplo por considerar também uma “chamada de atenção às próprias comunidades” para a valorização do património, um dos pontos chave da evocação do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (18 de Abril).
“São formas essenciais de captar a atenção das próprias comunidades desta valorização do Património que depois passa a conhecer, estimar e valorizar”, precisa.
Sandra Costa Saldanha refere que este projecto sofreu uma “readaptação e construção necessárias com as funções” que foi tendo, sendo um “eco da vitalidade das instituições”.
“A Catedral foi originalmente uma igreja de um colégio da Companhia de Jesus, com várias intervenções até meados do século XVIII, um dos melhores exemplos da chamada arte dos Jesuítas em Portugal; houve a necessidade de readaptação, um período de abandono, é um processo que é um eco da vitalidade das instituições”, aponta.
A Sé de Santarém sofreu uma “intervenção de conservação e refuncionalização” mas também de “restauro assumida por profissionais” bem como de resgate de peças.
“Este museu, que não pretende apenas ser uma imagem ou continuidade da narrativa da catedral de Santarém mas um local onde podemos encontrar peças representativas de toda a diocese, criteriosamente seleccionadas pela sua elevada relevância cultural, espiritual e artística que foram devolvidas à comunidade e podem ser vistas na exposição permanente”, identifica.