O Monumento Salgueiro Maia recebeu esta quinta-feira, 25 de Abril, a Cerimónia “Cravos para Salgueiro Maia”, que contou com a participação de familiares, amigos, cerca de 50 companheiros de armas do Capitão sem Medo, ex-militares de Abril, Associação Salgueiro Maia e 25 de Abril e ainda a população.

Na cerimónia foi evocada a bravura do Capitão Salgueiro Maia e dos combatentes do regime, que o acompanharam desde Santarém até Lisboa, onde fizeram cair o regime.

Tanto políticos como ex-militares relembraram que é preciso lutar pela liberdade dada há 45 anos tendo, para isso, todos que contribuir para um futuro melhor.

O Coronel Santos Silva, em representação da Associação Salgueiro Maia, enalteceu o Capitão sem Medo e destacou os direitos e deveres de cidadania que devemos preservar. “Já vai à 45 anos e uma horas que por este local passou a unidade da Escola Prática de Cavalaria, comandada então pelo Capitão Salgueiro Maia, do qual tenho a honra de ter feito parte. (…) Não irei enaltecer Salgueiro Maia com palavra minhas, muitas coisas já estão ditas, tomei a liberdade de me socorrer de uma frase sua, que em minha opinião o define tal como ele era. Passo a citar: ‘Não se preocupem com o local onde vão sepultar o meu corpo, preocupem-se é com aqueles que querem sepultar o que ajudei a construir.’ Cabe a todos zelar por este desejo, fazendo valer os nosso direitos e deveres de cidadania porque para Salgueiro Maia mais importante que a retórica era acção. “

Já o Coronel Garcia Correia, da Associação 25 de Abril, lembrou a luta na retaguarda no dia da Revolução e destacou os feitos que permitem democracia dos dias de hoje. “Fiz parte do grupo de oficiais da extinta Escola Prática de Cavalaria, que não indo na coluna militar para Lisboa, ficou em Santarém assegurando a retaguarda a Salgueiro Maia, dos homens que comandava e todos nós e ais quais presto sentida homenagem”. “Direi que foi o homem e militar certo naquele dia e nos locais certos, a Praça do Comércio e o Largo do Carmo. Há utopias pelas quais vale a pena lutar, por mais que se tropece várias vezes na realidade. A festa foi bonita, durou menos que o desejado, mas muito se conseguiu num país mais livre, justo e solidário. Portugal não pode ser o que sonhamos e ambicionamos, muitos avanços sociais acabaram por ruir mas muito ficou para se pegar como ponto de partida. A liberdade, a democracia e a paz continuam a ser uma realidade”.

Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Santarém destaca o esforço feito pela liberdade no 25 de Abril realçando que esta não se deve perder após 45 anos passados. “Não compreendo que após 45 anos de democracia se assista no plano nacional e internacional a actos representativos de condicionamentos e opções a este que é um os maiores direitos e deveres que é constitucionalmente consagrados, a liberdade. A democracia e a liberdade tem como consequência a tolerância, valor que tem de ser erguer bem alto nas sociedades modernas. Só com tolerância podemos viver em democracia, exercendo a nossa liberdade mas respeitando a do outro. assistimos recentemente a verdadeiros actos de intolerância seja religiosa, politica, racial ou social. E é contra este actos que temos de lutar num nova revolução que se impõe. A liberdade nunca se pode dar de um foram passiva mas sim activa, pois ela não é palavra vã ou adquirida.”

O programa das comemorações do 25 de Abril em Santarém decorre até ao final deste mês, com um conjunto vasto de iniciativas, desde concertos, lançamento de livros e espectáculos.

Notícia desenvolvida na próxima edição do Correio do Ribatejo.

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