Ribatejo Cortado ao Meio
Transito rodoviário interrompido entre Santarém, Almeirim e Alpiarça.
Inundações isolaram muitas povoações.
Vidas nas margens do Tejo só de barco.
Escala Hidrométrica das Ómnias atingiu 8,99 no dia 10.
Após ter estado estacionária durante alguns dias e mantendo-se a situação que relatámos na semana passada, o aumento do volume das descargas nas barragens espanholas e nacionais (quer no Tejo quer no Zêzere) provocou, naturalmente, a subida das águas em todo o chamado Vale do Tejo, inundando por completo os campos marginais e submergindo estradas com o consequente isolamento de muitas povoações, como é habitual nestas situações, ainda que tal não se verificasse desde 1979. Assim, mais uma vez, o Ribatejo na zona de Santarém, ficou dividido em duas áreas, já que a circulação rodoviária esteve interrompida entre Santarém e Almeirim. Também o Dique dos Vinte foi galgado, resultando daí que o transito estivesse cortado entre a Chamusca e a Golegã.
Contudo, a meio da tarde passada, quarta-feira, as águas baixaram e a circulação foi restabelecida naqueles dois pontos.
A panorâmica, no momento em que encerramos esta edição, pode não corresponder à situação deste fim-de-semana, já que as previsões meteorológicas apontavam para o recomeço de grande pluviosidade até ao próximo dia, 15, podendo, dai, resultar nova subida do nível da cheia.
In: Correio do Ribatejo de 12 de Janeiro de 1996
A Academia Militar prestou homenagem, em Santarém, ao seu fundador, o marques de Sá da Bandeira.
Dando início ao ciclo comemorativo da Fundação da Escola do Exercito, há cento e trinta e quatro anos, a que sucedeu a Academia Militar e que foi fundada pelo então chefe do Governo, general Bernardo de Sá Nogueira, marques de Sá da Bandeira, deslocou-se na passada quarta-feira a Santarém uma disputação de alunos representando todos os cursos da Academia Militar. Chefiava essa deputação o comandante do corpo de alunos, coronel Carmelo Rosa, e acompanhavam-no o comandante do Batalhão da Academia, tenente-coronel Cunha Sardinha, e o comandante da Companhia de Alunos, capitão Faia Correia.
No cemitério dos Capuchos junto da campa do militar e estadista, encontravam-se os srs. Governador civil, D. Bernardo de Mesquitela; comandante militar, coronel Hugo Leitão; comandante da Escola Pratica de Cavalaria, coronel Alexandre Leite de Almeida; presidente do Município, João Marcelino de Noronha Azevedo, e descendentes do marques de Sá da Bandeira, o sr. Francisco Aires de Sá Nogueira, marques de Sá da Bandeira, e a sr.ª D. Maria Helena de Sá Nogueira.
Ali, usou da palavra, o coronel Carmelo Rosa, que evocou a figura do marques de Sá da Bandeira, cuja morte ocorreu precisamente há noventa e cinco anos, apontando-o como exemplo de patriotismo aos alunos da Academia Militar. Seguidamente, perenta a deputação em sentido, depôs uma palma de flores na pedra que cobre a sepultura do marques de Sá da Bandeira.
Terminada esta cerimónia, a deputação de alunos e restantes individualidades dirigiram-se para a Praça de Sá da Bandeira, onde se ergue a estátua em honra do ilustre scalabitano, tendo o coronel Carmelo Rosa deposto, na sua base, um emblema da Academia Militar feito de flores.
In: Correio do Ribatejo de 9 de Janeiro de 1971
Governador Civil
Pelo oficial do Governo Civil, servido de secretario geral, sr. Serra Ferreira, foi no domingo dada posse ao novo governador civil de Santarém sr. Faria Leal, capitão da guarda republicana.
O acto foi revestido da maior simplicidade, assistindo alguns amigos do novo chefe do distrito e, entre eles, o sr. Coronel Aníbal de Miranda, que poz em relevo as qualidades de caracter e de energia do nomeado, e o sr. Mário Forte que cumprimentou o sr. Faria Leal em nome do Partido Democrático.
Assinado o auto da posse foram enviados telegramas de saudação aos srs. Presidente da República e chefe do Governo.
Ao novo governador civil apresenta o Correio da Extremadura os seus cumprimentos de boas-vindas, muito estimando que, no desempenho de tão abrolhoso cargo, só tenha que enaltecer s. ex.ª por actos que se traduzam em benefício para este distrito.
Estradas
Ligando o Ribatejo com a província alentejana
NA proposta de lei sobre construção e reparação de estradas, apresentada já ao parlamento pelo sr. Ministro do Comercio, está incluído o projecto de ligação da Estremadura com o Alentejo, de maneira a facilitar os transportes entre as terras ribatejanas e Évora.
É uma obra que se impõe como de urgente e inadiável necessidade, embora os governos a tenham descurado, sem ao menos ponderar que tal ligação é coisa de pouco dispêndio apenas meia dúzia de quilómetros de estrada, o que há a construir, para se estabelecer a comunicação directa com a província do Alentejo.
Oxalá que desta feita não fique tal projecto a dormir o sono dos esquecidos!
In: Correio da Extremadura de 8 de Janeiro de 1921
Os textos são publicados tal como foram originalmente.