São 630 blocos de cortiça que se sobrepõem em forma de anel para marcar a porta de entrada na Capital Mundial da Cortiça e para reforçar a memória colectiva de Coruche.

O Município de Coruche inaugurou, no dia 24 de Maio, na abertura da FICOR – Feira Internacional de Cortiça, uma rotunda em cortiça que surge no cruzamento entre a Estrada Nacional 114 e a Estrada Nacional 251 (no acesso à vila de Coruche) e que será, provavelmente, a maior peça escultórica em cortiça.

Apresenta-se como a porta de entrada no concelho, o maior produtor de cortiça, e foi projectada pelo Atelier Modo Associados – Arquitectura e Engenharia, do Sardoal, e executada pela empresa Sofalca, com o apoio da Metalguia (estruturas metálicas) e JC Bartolomeu (iluminação), marcando o acesso à vila Capital Mundial da Cortiça.

O concelho de Coruche produz diariamente cinco milhões de rolhas e acolhe o Observatório do Sobreiro e da Cortiça, um pólo de investigação único na área do Montado e da Cortiça, e a Feira Internacional da Cortiça, para a qual convergem os principais actores do sector (produtores, industriais e investigadores).

Os arquitectos inspiraram-se na forma de um silo, evocando a ideia de reservatório e armazenamento da memória colectiva, ao mesmo tempo pensando esta peça escultórica como um mecanismo de precisão, que se quer dinâmico. O desenho circular lembra um instrumento de registo do tempo, reforçando a ideia de memória.

Os 630 blocos de cortiça (cerca de 100 metros cúbicos de cortiça com 12 toneladas), fornecidos e instalados pela Sofalca em cooperação com a Metalguia, estão dispostos em sete anéis sobrepostos, representando as seis freguesias do concelho. O sétimo anel, em forma de “C” representa Coruche, a Cortiça e o Concelho Capital Mundial da Cortiça, unificando as freguesias.

Esta parceria vem cumprir um dos grandes objectivos da Sofalca, “materializar em cortiça projectos que desafiem a sua capacidade de execução.” A cortiça seleccionada, produzida pela Sofalca há 52 anos, para isolamento térmico e acústico, recaiu nos blocos de cortiça expandida, por serem cem por cento naturais e passíveis de serem aplicados ao ar livre, sem sofrerem deterioração ou desagregação natural.

Aliar a criatividade do atelier Modo, ao saber fazer corticeiro e design em cortiça da Sofalca, às capacidades de trabalhar o metal da Metalguia e ao conhecimento eléctrico da JC Bartomoleu, produziu esta rotunda de cortiça, que agrega um dos mais importantes elementos da identidade do concelho de Coruche.

A rotunda de Coruche junta-se assim ao portefólio de ‘design e arte’ em aglomerado negro de cortiça da Sofalca, onde já constam obras e participações como o Cacilheiro Trafaria Praia, Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza em 2013 de Joana Vasconcelos, o Eléctrico Prazeres 28 de Nuno Vasa, exposto no Kennedy Centre em Washington em 2015, feito a escala natural todo em cortiça a revestir uma estrutura metálica, os dois carros eléctricos da Carris/Tran Tour em Lisboa 2015, que continuam a circular revestidos a cortiça da Sofalca, entre outros diversos prémios de design e inovação.

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