A direcção do Centro Social Interparoquial de Santarém (CSIS) decidiu reduzir o valor das mensalidades cobradas aos pais em 24 euros no início do mês de Maio, tendo em conta “que não é expectável abrir as Unidades da Infância em Abril”.

Estes valores, diz a direcção do CSIS, correspondem à redução de 20 por cento no todo das mensalidades da área da infância. Há aqui o princípio da subsidiariedade: quem menos paga de mensalidade, tem o maior desconto, como esclarece ao Correio do Ribatejo Aníbal Vieira, presidente da direcção da instituição.

“No que se refere à redução de mensalidades, tivemos em conta os custos dos bens alimentares, pois são as únicas despesas que não temos. Assim, além do valor de 12 euros reduzido em todas as mensalidades no início do mês de Abril, iremos fazer uma redução de 24 euros nas mensalidades no início do mês de Maio”, explica o sacerdote.

“Caso a Segurança Social entenda dar instruções mais concretas sobre este assunto, colocá-las-emos em prática e acertaremos os valores, se for caso disso”, acrescenta, referindo ainda que os casos de reclamação por redução total ou significativa de rendimentos, devidamente fundamentados, “terão uma resposta personalizada”.

Os encarregados de educação das crianças que frequentam estas valências do CSIS, criticam o valor de redução de mensalidades proposto pela direcção, propondo descontos na ordem dos 50 por cento para os alunos da creche e pré-escolar, considerando que “não estão a usufruir de qualquer serviço”.

Numa petição pública, que conta já com mais de 400 assinaturas, os encarregados de educação exigem a “devolução ou nota de crédito de 50 por cento da mensalidade do mês de Março”, além da redução, para metade, dos valores das mensalidades.

O documento adianta ainda que os pais e encarregados de educação “reservam-se o direito de marcar uma posição activa nas decisões a tomar relativamente aos valores das mensalidades a pagar durante o período de tempo em que o Centro se encontrar fechado”.

Uma posição que Aníbal Vieira lamenta: “quando é tomada uma decisão unilateral, o diálogo não é possível”.

“Os pais têm de pensar na subsistência da sua família, mas também das instituições. Temos de ter capacidade de arrancar quando esta crise acabar”, reforça.

Numa missiva enviada aos pais, a direcção do CSIS apela, por isso, à solidariedade de todos: “vivemos tempos complicados, difíceis e ameaçadores, quer para vós Famílias quer para esta instituição. A presente emergência obrigou-nos a incorrer em avultados gastos imprevisíveis, para acorrer às necessidades crescentes das nossas respostas sociais, relacionadas com a anciania, tanto pelo número crescente de utentes em Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), como pelo aumento de cuidados a prestar decorrente do isolamento e medidas de contingência/segurança extremas, tanto em SAD, como nos Lares (ERPI)”, pode ter-se.

Nas medidas de contingência adoptadas, o CSIS convocou “todos os funcionários alocados à infância incluindo Educadores e Auxiliares, estando toda esta equipa ao serviço e muito empenhada em ERPI e SAD, nesta missão de socorro aos idosos, o alvo mais vulnerável desta pandemia”.

Neste momento, todo o SAD opera a partir da unidade Padre Borges, “para assim retirarmos dos Lares, todas as respostas sociais exteriores ao seu funcionamento, reduzindo os riscos de contaminação. Adicionalmente, todos os trabalhadores funcionam por turnos e são rendidos periodicamente por outras equipas que estão de resguardo e em prontidão permanente”, é ainda referido.

“É neste contexto de Emergência Nacional, de socorro aos nossos mais velhos, cujas respostas sociais nos têm permitido manter as respostas na infância assim como a sustentabilidade desta Nossa e Vossa instituição, que apelamos à contribuição solidária, para conseguirmos chegar a bom porto, depois de vencida esta tempestade arrasadora”, conclui a direcção do CSIS.

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