Francisco Romero López, celebrizado no universo taurino como “Curro Romero”, assinalou no passado dia 1 de Dezembro o seu 90.º aniversário. Natural da cidade sevilhana de Camas, estreou-se com cavalos em Utrera, em 8 de Setembro de 1954.
Tomou alternativa a 18 de Março de 1959, na praça de Valência, tendo como padrinho Gregório Sánchez e como “testigo” Jaime Ostos. Confirmou a alternativa em Las Ventas, a 19 de Maio do mesmo ano, alternando com os destacados matadores Pepe Luís Vázquez e Manolo Vázquez, em plena Feira de Santo Isidro.
Autor de momentos sublimes na arte de tourear, apesar de irregular e polémico, a figura de Curro Romero ganhou contornos de mito, identificando-se com a cultura sevilhana, onde nasceu o “currismo”. Dizia-se que o toureiro fazia parte da trilogia popular da capital andaluza: Curro, a Macarena e o Bétis.
A última vez que pisou uma arena foi a 22 de Outubro de 2000, no município sevilhano de La Algaba, alternando com José António “Morante de la Puebla”, então ainda uma promissora figura do toureio, num festival de beneficência. Assim, discretamente, quase com setenta anos de idade e cinquenta de toureio Curro Romero disse adeus às arenas, continuando a ser presença assídua na sua Real Maestranza de Caballería de Sevilha, onde viveu tantos triunfos, mas onde igualmente protagonizou tantas “broncas”.
Curro Romero regista no seu magnífico historial cinco saídas em ombros pela Puerta del Príncipe, de Sevilha, e sete pela porta principal da Monumental de Las Ventas, de Madrid.
Foi condecorado com todas as honras possíveis, foi cantado por todos os poetas que tiveram sensibilidade suficiente para o fazer, alcançou a unanimidade sobre a sua pessoa, que é ainda superior ao seu estatuto de artista único, atingiu os noventa anos, com a mente lúcida para proclamar que “com os toiros de hoje nunca teria sido toureiro”.