Esta semana está a ser marcada pelo regresso às aulas presenciais, previsto entre os dias 14 e 17 de Setembro, na generalidade dos estabelecimentos de ensino, depois de no passado ano lectivo terem encerrado em meados de Março devido à pandemia de covid-19.

Os alunos passaram a ter aulas à distância. Neste momento, o plano é o regresso ao ensino presencial. As escolas dizem-se preparadas para o caso de ser preciso avançar temporariamente para um sistema misto ou à distância.

O ‘Correio do Ribatejo’ lançou três questões a directores de Escolas/Agrupamentos da cidade, em diferentes níveis de ensino, e, de uma maneira geral, todos se sentem preparados para o arranque do novo ano lectivo.

  1. Concordam e estão preparados para a abertura do Ano Lectivo no prazo indicado pelo Ministério de Educação
  2. Que medidas foram preparadas para receber alunos, docentes e não docentes?
  3. O que mudou, tendo em conta a pandemia, na oferta formativa prevista para este ano?

Adélia Esteves, Directora do Agrupamento de Escolas de Sá da Bandeira

1 – Num tempo de pandemia, com incertezas constantes, estamos a organizar-nos com base nas orientações que a Tutela tem feito chegar às escolas. Entendo que o regresso às aulas se fará de forma segura e que todos se sentirão à vontade no espaço escolar, ainda que algumas das orientações de distanciamento social sejam difíceis de cumprir.

2 – Para receber alunos, docentes e não docentes, estão a ser implementadas medidas de natureza logística, que se prendem com a reorganização do espaço escolar e, ainda, medidas sanitárias, relacionadas com o distanciamento físico e a higienização.

Neste sentido, a frequência dos espaços como o refeitório, bufete, papelaria, biblioteca, salas de professores e de funcionários obedecerão a uma lotação definida. No espaço escolar, está ainda a ser usada sinalética, para guiar percursos dentro do recinto escolar e para garantir o necessário distanciamento físico.

A opção, sempre que possível, pelo critério uma turma- uma sala, também se assume como uma importante medida profilática, assim como a manutenção de lugares fixos, na sala de aula, para cada aluno, e, ainda, a existência de gel desinfectante em todas as salas de aula e em todos os serviços. Os espaços comuns, destinados ao convívio foram adaptados tendo sido retirado mobiliário, para evitar algum eventual aglomerado e facilitar a higienização.

As bibliotecas escolares funcionarão, tendo como prioridade o acolhimento de alunos que tenham necessidade de permanecer mais tempo na escola, garantindo-lhes toda a segurança.
De salientar que, em todas as escolas do Agrupamento, em função das salas onde irão ser dadas as aulas, os alunos seguirão percursos específicos, com entradas diferentes no recinto escolar.

3 – No que respeita à oferta formativa, esta manteve-se inalterável, exceptuando-se o facto de, no 2º e 3º ciclos, a disciplina de Oferta Complementar não integrar o plano curricular.

Não tendo a oferta formativa sofrido alterações significativas, importa, no entanto, referir alteração dos tempos letivos de segmentos de 50 minutos para segmentos de 45 minutos. Trata-se de uma medida estratégica, que visa condensar as aulas e rentabilizar manhãs e tardes.

Ficou ainda definido que, na Escola D. João II, o 2º ciclo funcionará com base manhã e o 3º ciclo terá predominantemente aulas da parte da tarde.

Na Escola Sá da Bandeira, o 3º Ciclo e o Ensino Secundário funcionarão com a carga horária distribuída em manhãs ou tardes (cerca de 50%) podendo, no entanto, verificar-se a ocupação, no mesmo dia, do período da manhã e do período da tarde.


António Pina Braz, Director do Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado

1 – O Agrupamento de Escolas Ginestal Machado desenvolveu ao longo de todo o Verão, todos os procedimentos relacionados com a abertura do novo ano lectivo, como é usual e previsto.

Naturalmente que no presente ano, o acréscimo de trabalho foi enorme, tendo em consideração a realidade pandémica que vivemos em Portugal e no mundo.

Foi necessário preparar todos os pormenores organizativos, como por exemplo realizar a distribuição de serviço dos professores e pessoal não docente (330 profissionais), acompanhar o processo de matrículas (2.300 alunos), formar as turmas (104), diagnosticar alunos que carecem de medidas educativas, receber e entregar manuais escolares, contratualização de serviços do mais diverso teor, proceder a arranjos e obras e encontrar as melhores respostas possíveis para responder aos inúmeros desafios que a pandemia coloca.

Algumas questões não se encontram ainda terminadas, no entanto todo este trabalho apenas foi possível pela dedicação de um conjunto de profissionais, que tendo abdicado das suas férias, se empenharam em encontrar as respostas e soluções para todas as questões de modo a que as actividades escolares se iniciem no dia 17 de Setembro.

Neste dia iniciar-se-ão assim as actividades lectivas, sem alterações na oferta formativa, que inclui o ensino articulado da música e os cursos profissionais de informática, multimédia, eventos e artes dos espectáculos, para além dos cursos secundários que já funcionavam e do ensino básico (do 1º ao 9º) e do pré-escolar.

2 – No âmbito de outras medidas tomadas para responder às questões de segurança, saúde e higienização imprescindíveis para voltarmos a ter nas nossas escolas, alunos, professores e pessoal não docente, foram elaborados os planos de contingência, ou melhor, foram actualizados os planos de contingência, limpeza, comunicação e acção, que já tinham sido elaborados no ano lectivo transacto.

Não podemos esquecer que nos meses de Maio e Junho tivemos mais de 700 alunos do ensino secundário e do pré-escolar, professores e pessoal não docente em trabalho em 3 escolas do agrupamento, tendo decorrido tudo em conformidade com o desejado, sem problemas, num exemplo extraordinário da parte de todos, no cumprimento das normas e regras definidas pelo agrupamento. O resultado foi excelente.
O que se pretende para este ano, é repetir os procedimentos, reforçando algumas questões relacionadas com a higienização, considerando que o número de alunos aumenta três vezes, as cinco escolas encontrar-se-ão abertas e envolve todos os alunos, incluindo mais de 200 alunos estrangeiros de 30 nacionalidades.

As normas e regras definidas (que serão divulgadas na próxima semana), constam dos planos suprarreferidos, são exaustivas, exigentes e ultrapassam as orientações recebidas recentemente para este efeito, nomeadamente definindo que todos os alunos dentro da escolaridade (do 1º ciclo ao secundário), têm de utilizar máscara e respeitar as mesmas normas dos restantes colegas.

Isto porque se considerou que a melhor possibilidade de combater a eventual propagação do vírus é tentar antecipar eventuais casos e problemas, defendendo todos, principalmente os mais velhos (professores e avós) de eventuais contágios. Para este efeito espera-se a melhor colaboração de todos a começar pelo cumprimento das normas que a instituição considerou por mais adequadas para a defesa da saúde das mais de 7.200 pessoas que compõem esta comunidade educativa.

3 – No seio da comunidade a confiança é a palavra central e a colaboração e compreensão as palavras de suporte. Os professores e pessoal não docente estão a realizar o seu melhor. As escolas estão organizadas, limpas e desinfectadas. É agora importante que as famílias não deixem os seus jovens frequentar a escola, por exemplo se tiverem uma ponta de febre, se doer a cabeça, se tiver diarreia, se tiver dificuldades respiratórias, se estiver indisposto. A prevenção é a melhor arma nesta luta que tem de ser de todos. Não é do Ministério da Saúde ou da Educação ou das escolas: É de todos.
Mas não é só na escola, já que os espaços escolares deverão ser os que mais limpos e desinfetados estão e não será nos mesmos que se propaga o vírus. Este tem de vir de fora e para o efeito todos têm de ter o cuidado de o não transportar para a escola partindo do princípio que se vão verificar infecções. Não podem é propagar-se. Neste âmbito deverá observar-se todo o cuidado nos transportes (em que se deve utilizar sempre máscara), nas concentrações de jovens que se devem evitar, no contato com os avós pela sua maior fragilidade, no lavar as mãos e descalçar os sapatos quando se chega a casa, trazer o lanche para a escola, com uma garrafa de água e não partilhar materiais.
Vamos ter CONFIANÇA nas escolas, nos professores, nas famílias, nos alunos e no pessoal não docente, certos de que se todos conseguirem respeitar as normas definidas, o ano lectivo decorrerá como todos desejamos, sem alarmismo ou pânicos, aprendendo a viver uma nova normalidade que registará casos, com os quais temos de aprender a conviver.


Margarida da Franca, Directora do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano

1 – Estamos preparados, sim, dentro das possibilidades que se nos oferecem. Cumprimos as orientações da tutela e tentámos o mais possível encontrar soluções adequadas para evitar contactos em massa. Os planos de contingência, do Agrupamento e de cada Escola em particular estão prontos e as medidas estão a ser postas em prática com a devida preparação e informação.

2 – Em primeiro lugar, a recepção aos alunos e Encarregados de Educação será distribuída por três dias para que não haja grandes aglomerações de pessoas dentro das escolas. Só os Encarregados de Educação dos alunos que iniciam o Pré-escolar, o 1º ano e o 5º ano, serão recebidos presencialmente.

Os restantes Encarregados de Educação não entrarão na escola (só os alunos entrarão) e serão recebidos em reunião online ao fim da tarde.
Cada Turma do Agrupamento terá a sua sala (inclusivamente na escola de 2º e 3º ciclos) e nenhum aluno ou elemento externo à turma ou à actividade pedagógica poderá lá entrar. Os alunos terão cacifos dentro das salas e lugar fixo. Para isso, na escola sede tivemos que deixar de ter salas de disciplinas específicas, como laboratórios de Ciências ou salas de Artes, tendo sido todas transformadas em sala de aulas regulares.

A permanência na escola dos alunos de 2º e 3º ciclos foi desfasada, 2º ciclo de manhã e 3º ciclo com base tarde, e os horários foram desfasados de forma a que os alunos não se misturem. Os alunos de 3º ciclo, quando estão na escola de manhã, por o horário não chegar só nos tempos da tarde, entram sempre 15 minutos antes dos alunos do 2º ciclo saírem, de modo a já estarem dentro das salas quando começa o intervalo dos outros. O mesmo acontece com os almoços que no 3º ciclo são uma hora mais cedo e, para todos, a entrada no refeitório faz-se por turma não havendo mistura de turmas na fila. No 1º ciclo, houve adaptação à realidade de cada escola (que têm espaços e nº de alunos muito dispares), mas também houve também casos de desfasamento de horário de intervalos.

As mesas dos refeitórios também serão dispostas de forma a que os lugares sejam o mais distanciados possível . Há pulverizadores de detergente, panos e toalhetes descartáveis, e doseadores de solução SABA em todas as salas. Os alunos serão orientados no sentido da higienização das mãos e do seu lugar durante o dia, havendo uma limpeza mais profunda pelos assistentes quando a sala estiver vazia. Mas como já referi, a sala só será usada por uma turma e, cada lugar, por um aluno. Haverá tapetes de desinfecção de pés em todas as Escolas e em cada pavilhão da escola sede, e doseadores de solução SABA nos espaços comuns.

Mandamos fazer acrílicos protectores para todos os locais de atendimento e serão retirados equipamentos de espaços comuns, que possam ser dispensados (como as mesas do bar, etc). Foram definidos circuitos de passagem e horários para os alunos serem atendidos, por exemplo, no bar.

Os Encarregados de Educação só entrarão na escola e serão atendidos mediante marcação para evitar aglomerações e contactos nos tempos de espera. Foram compradas 3 máscaras laváveis e certificadas para todos os alunos, Professores e Pessoal não Docente. Foram enviados a todos os Alunos e Encarregados de Educação do Agrupamento os Planos de Contingência respectivos e serão distribuídos panfletos informativos acerca das medidas principais aquando das recepções de início de ano. Há informação diversa afixada em lugares chave das Escolas.

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