Foto de Arquivo
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A Festa dos Tabuleiros vai realizar-se entre 29 de Junho e 8 de Julho, em Tomar, prevendo-se mais de 750 tabuleiros no principal cortejo, disse a mordoma da festa à Lusa.

Maria João Morais afirmou que a Festa dos Tabuleiros, uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal e que se realiza de quatro em quatro anos por decisão da população, já tem data e cartaz oficial, apresentado sábado passado, na Casa Vieira Guimarães, sede do evento.

Decidida a realização desta edição em Abril de 2018, o número de tabuleiros que vão participar no cortejo e na bênção marcados para 07 de Julho ainda não está definido, mas o “grande entusiasmo” em torno da festa faz prever que possam “chegar aos 750 ou até um pouco mais”, ultrapassando os 690 da edição de 2015, disse.

Maria João Morais afirmou que a primeira saída da festa acontecerá a 21 de Abril, domingo de Páscoa, com a Procissão das Coroas e Pendões do Espírito Santo, acontecendo o Cortejo dos Rapazes a 30 de Junho, este já com a certeza de participação de 1.200 crianças dos jardins-de-infância e escolas de primeiro ciclo do concelho.

Segundo a mordoma, tanto no Cortejo dos Rapazes, tradição retomada na festa de 1991, como no Cortejo dos Tabuleiros é notório um “entusiasmo crescente” da população mais jovem, exemplificando com a inscrição, no primeiro, de filhos de emigrantes tomarenses que se deslocarão propositadamente para o evento e, no segundo, de jovens que já só têm ligação ao concelho através dos avós.

O trabalho de confecção das flores para os tabuleiros e para a ornamentação das ruas já está em curso nas 11 freguesias do concelho, sendo que a abertura das Ruas Ornamentadas está marcada para 4 de Julho, prolongando-se até ao encerramento, no dia 08, quando é feita a distribuição do Bodo ou Pêza.

O Cortejo do Mordomo acontecerá no dia 5 de Julho e os Cortejos Parciais dos Tabuleiros a 06, dia em que se disputam as finais dos jogos populares e se expõem os tabuleiros na Mata dos Sete Montes (de acesso ao Convento de Cristo).

Maria João Morais afirmou que se iniciaram, entretanto, os trabalhos de investigação para sustentação da candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Nacional e posteriormente a Património Imaterial da Unesco.

Os tabuleiros da festa de Tomar, únicos com esta forma nas tradicionais festas do Espírito Santo que se realizam um pouco por todo o país, têm na base um cesto de verga que é enfeitado com um pano bordado ou em renda.

No cesto são espetadas cinco ou seis canas, dependendo da altura da rapariga que o vai transportar, que levam cinco ou seis pães (no total têm de ser obrigatoriamente 30), numa estrutura que é enfeitada com coloridas flores (papoilas e espigas são obrigatórias) e encimada com uma coroa que leva uma pomba branca ou a cruz da Ordem de Cristo.

A rapariga traja de branco com uma faixa da cor dominante do tabuleiro que transporta à cabeça (com cerca de 10/11 quilogramas), cor que o rapaz usa também na gravata e na cinta que enfeitam o fato de camisa branca e calça preta.

Com origem pagã, simbolizando a época das colheitas, a Festa dos Tabuleiros adquiriu carácter religioso na Idade Média, com a Rainha Santa Isabel.

Dada a sua complexidade, a festa realiza-se de quatro em quatro anos, tendo havido apenas uma edição em que o povo decidiu adiar a sua realização por um ano, por coincidir com a Expo 98, evento no qual participou com um cortejo a convite do então Presidente da República, Jorge Sampaio.

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