O Festival da Sopa da Pedra realiza-se de 31 de Agosto a 4 de Setembro, no Parque das Tilias em Almeirim, junto à Praça de Touros.
Depois de dois anos em suspenso, devido á Pandemia, o Festival está de regresso promovido pela Confraria de Almeirim e pelo Município.
‘Ex-líbris’ de Almeirim, a Sopa da Pedra apresenta-se como produto gastronómico e turístico que leva milhares de pessoas áquela cidade, durante todo o ano.
O evento está de regresso, confinado que esteve nos últimos dois anos, anunciando para as datas indicadas, “gastronomia, concertos, artesanato e muita animação”.
Belito Campos (dia 31), Rosinha (1 de Setembro), Ús Sai de Gatas (dia 2), Smells like 90’s (dia 3) e Madeira Show (dia 4 de Setembro), são os destaques do programa de animação deste evento que conta ainda com um Festival de Folclore (dia 3) e show cookings durante todos os dias do evento.
Este ano, o Município convidado é Portimão que trará a Almeirim, no dia 3 de Setembro, demonstrações culinárias daquela região algarvia.
Na melhor sopa… cai a lata
Os dias que antecederam o evento ficaram marcados pelo alerta deixado pelo presidente do Município, Pedro Ribeiro, pela existência, em diversos hipermercados, de sopa da pedra enlatada, depois de Bruxelas ter certificado a Sopa da Pedra de Almeirim como especialidade tradicional.
Contactado pelo Correio do Ribatejo, Pedro Ribeiro admitiu que já pediu uma avaliação jurídica à situação, não compreendendo como pode um produto certificado ser vendido em lata no supermercado.
Pese embora a existência desta versão enlatada da ancestral sopa não constituir novidade, (não está sozinha, tem a companhia da tradicional Feijoada, da inspiradora Dobrada e das não menos típicas Chispalhada e Mão de Vaca com Grão) esta ‘novidade’ não terá caído bem em vésperas da terra da ‘Sopa da Pedra’ receber uma jornada gastronómica dedicada a esta iguaria.
Certificação é o caminho
Nas redes sociais Pedro Miguel Ribeiro, presidente da Câmara de Almeirim, aborda o rumo que a autarquia seguiu nos últimos oito anos, no caminho da certificação dos seus produtos locais. “Foi assim com a Sopa da Pedra, foi assim com o melão, foi assim com as caralhotas. É por aqui que queremos continuar com as enguias ou com, por exemplo, o bolo finto. Foi e é um trabalho de persistência e de resiliência como hoje se diz. A Sopa da Pedra, por exemplo, foi um processo que demorou cerca de seis anos. O melão vai pelo mesmo caminho.
São processos demorados. Muito exigentes. Por isso são poucos, muito poucos, os que conseguem”, nota o autarca que defende que esses produtos devem manter-se genuínos: “Aquilo que queremos, em parceria com os produtores, confraria e empresários locais, é garantir que, no futuro, estes produtos se mantenham genuínos, porque foi por isso que atingiram a fama que hoje têm. A certificação, para além de garantir o futuro, representa mais valor que fica no concelho.
Foi por isso que nunca “apadrinhámos” franchising’s, porque entendemos que a mais-valia fica no concelho se as pessoas nos visitarem”, acrescenta.
“Quando estes três produtos tiverem certificação de Bruxelas seremos o concelho em Portugal com mais produtos certificados ao nível Europeu. Talvez nem todos percebam a mais-valia. E isso, às vezes, percebe- se por alguns comentários, mas a verdade é que quem produz o nosso melão de acordo com as regras hoje vende-o a valores inimagináveis, sendo que o consumidor não paga mais. A verdade é que sendo um produto exclusivo quem o quer revender tem de baixar as suas margens garantindo assim valor a quem produz. Por tudo isto, este é o caminho, nem sempre compreendido, porque nem sempre percebemos o que de muito bom temos”, conclui Pedro Ribeiro.
JPN