A 40.ª edição do Festival Nacional de Gastronomia vai realizar-se de 18 a 28 de Novembro, na Casa do Campino, em Santarém, com 12 tasquinhas típicas representativas de todo o país, música, debates e cinco jantares com chefes “conceituados”.
O programa para os 11 dias do Festival Nacional de Gastronomia (FNG) foi apresentado na quinta-feira, dia 04, em Santarém, com o presidente do município, Ricardo Gonçalves, a destacar a 40.ª edição de um certame que reúne à mesa todas as regiões do país, tendo feito notar que o evento, além de ser “o maior festival nacional de gastronomia”, foi eleito como “um dos melhores 25 festivais gastronómicos de Outono da Europa” por um ‘site’ da especialidade.
“Trata-se de um importante reconhecimento e uma excelente forma de assinalar os 40 anos deste importante evento, que ganha, cada vez mais, dimensão nacional e internacional”, destaca a organização de um festival que desafia a “visitar Santarém enquanto prova Portugal”, mote da edição deste ano.
Durante a apresentação oficial do programa, Ricardo Gonçalves, frisou a importância deste certame para Santarém, considerando a gastronomia uma oportunidade de aglutinar fluxos turísticos no concelho.
“O Festival Nacional de Gastronomia é dos festivais mais premiados ao nível da gastronomia e que traz todos os anos muitos milhares de visitantes a Santarém. O Festival é uma marca do nosso concelho, uma marca nacional: temos o único Festival de Gastronomia que é verdadeiramente nacional. E, mais uma vez, apresentamos um leque de ofertas muito representativas daquilo que é a nossa gastronomia, a mais tradicional e a do futuro”, afirmou.
“Sabemos hoje que foi a partir deste primeiro Festival que começaram a surgir, um pouco por todo o país, uma enormidade de certames gastronómicos, mas nunca tendo nenhum assumido as proporções e o carácter Nacional do Festival de Santarém. Costumo dizer que o trabalho que temos feito nas últimas edições representa uma evolução na tradição do Festival Nacional de Gastronomia. E esta evolução na tradição espero que nos leve para patamares diferenciadores e que possamos atrair não só mais público, mas também mais pessoas do meio, mais restaurantes, mais chefs. Queremos, em suma, fazer crescer o nosso FNG”, afirmou ainda.
Para o autarca, a afirmação de Santarém como ‘Capital da Gastronomia’ trouxe nos últimos anos “um retorno no surgimento de novos chefs e de restaurantes referência”, que o presidente considera contribuírem para “uma grande visitação” ao concelho. O município, sublinhou, tem na gastronomia “um dos pilares da estratégia turística”.
“Em 2019 sonhámos todos muito de que 2020 seria um ano repleto de gastronomia. A pandemia não deixou mas não baixámos os braços”, frisou o autarca, recordando os vários eventos feitos em parceria com restaurantes de Santarém e de outras regiões gastronómicas.
Recorde-se que o site de viagens Big 7 Travel (bigseventravel.com) colocou o Festival Nacional de Gastronomia de Santarém entre os 25 melhores festivais gastronómicos de Outono na Europa.
“Chefs e donos de restaurante de todo o país vêm aqui para mostrar os seus melhores pratos que combinam a cozinha tradicional portuguesa com a contemporânea. Além de tasquinhas, há almoços temáticos e demonstrações de culinária ao vivo”, descreve o site.
O Festival Nacional de Gastronomia é o único português no ranking e surge na 23ª posição entre os festivais europeus.
“Um importante reconhecimento e uma excelente forma de assinalar os 40 Anos deste importante evento, que ganha, cada vez mais, dimensão nacional e internacional”, como refere o presidente do Conselho de Administração na empresa municipal Viver Santarém, João Teixeira Leite.
Desta forma, o presidente do conselho de administração da empresa municipal destaca que, ao longo de 11 dias, “Portugal vai estar à mesa” em Santarém, com “o melhor da gastronomia nacional” a passar pelas 12 tasquinhas que representam municípios e regiões do continente e das ilhas, sublinhando que o grande objectivo passa por conseguir alargar o conceito temporal do evento e que se possa “viver o festival ao longo do ano”.
O responsável pela organização, conjuntamente com a Câmara de Santarém, destacou alguns dos momentos do programa delineado para os 11 dias da FNG e que passam pelo artesanato, cultura, música, espectáculos, apresentação de livros, debates, exposições, ‘showcookings’, conferências, vinhos e cinco jantares gastronómicos que serão preparados por chefes com estrelas Michelin como Rodrigo Castelo (18 de Novembros), Vasco Coelho Santos e Inga Martin (dia 19), Ljubomir Stanisic (20), Noélia Jerónimo e Miguel Gameiro (26) e Chakall (dia 27).
O evento, que disponibiliza um espaço para apoio a bebés e animação das crianças, desde a idade de amamentação até aos 10 anos, vai contar ainda com vários concursos nacionais de pratos tradicionais como o de ‘Entradas’, ‘Sopas’, ‘Leitões”, ‘Marisco’, ‘Sobremesas’, ‘Frango Assado’, ‘Pastéis e Empadas’, e ‘Pratos Cozinhados’, entre outros.
No dia 20 de Novembro, no espaço livraria, Armando Fernandes, gastrónomo e historiador, fará a apresentação do livro “Festival Nacional de Gastronomia (FNG) – 40 anos: Aperitivos para uma história do Festival, seguidos de Rota dos Sabores e Saberes”.
No âmbito das conferências denominadas “A ternura do Festival: as Conversas dos Quarenta”, os “Ciclos da água: poupança é o futuro” e os “Desafios do futuro alimentar” são dois dos temas que serão levados a debate.
Ao longo dos 11 dias, que incluem também um momento de evocação à memória de Carlos Abreu, fundador do FNG (no dia 20), nos ‘stands’ da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e Municípios de Portugal serão proporcionados diferentes momentos de promoção turística, cultural e gastronómica dos municípios representados.
“Em 2021, Portugal celebra os 40 anos do Festival Nacional de Gastronomia de Santarém. Num momento, onde todos somos chamados a participar nas dinâmicas de resiliência, estamos seguros de que o nosso Festival pode e deve ser um esteio dessa recuperação. Serão 11 dias de festa com uma programação rica que inclui momentos de animação, de formação e consciencialização para os temas da actualidade gastronómica e claro, momentos daquilo que move os nossos visitantes, a degustação da boa mesa regional de todo o país. Todos os expositores e profissionais do sector fazem parte desta celebração da gastronomia portuguesa e dão-lhe cor, sendo vital a vossa participação”, conclui.
Espaço Júnior
Este ano, no 1º andar do pavilhão do futuro, foi montado um espaço infantil destinado a Crianças dos 4 aos 10 anos, que inclui um Espaço Amamentação, Muda-Fraldas e Aquecimento de comida (bebés).
O espaço funciona de 2ª a 6ª feira, das 18h00 às 22h30 e sábado e domingo das 12h00 às 15h00 e das 18h00 às 22h30.
Sob o conceito “Confie-nos o seu filho e desfrute do Festival”, este projecto foi pensado e desenvolvido tendo em conta as necessidades dos pais, avós, encarregados de educação, entre outros que visitam o Festival proporcionando-lhes uma alternativa divertida e segura onde podem deixar as suas crianças para assim poderem desfrutar do evento, proporcionar às crianças um momento de lazer, diversão e convívio que com certeza lhes ficará na memória futuramente. Também as recém mamãs e os seus bebés não foram descurados, dispondo este espaço de um local próprio que reúne as condições necessárias para muda-fraldas, amamentação e aquecimento de comida.
Além do espaço em si com todas as comodidades a ele associadas, pretende-se ter uma equipa dinamizadora vocacionada para as crianças, que possam acompanhá-los nas mais variadas actividades lúdicas, pedagógicas e ocupacionais, e ainda disponibilizar actividades relacionadas com o tema Gastronomia ou a criação de hábitos de vida saudáveis ao longo da duração do evento.
Actividades: Cozinhar histórias, leitura de histórias, criação de fantoches e pequenos sketches, jogos de literatura, jogos tradicionais, pinturas faciais, cozinha saudável, entre outros.
“O Pai dos festivais”
Foi em 1981 que nasceu o primeiro Festival Nacional de Gastronomia. Trazendo até Santarém os melhores restaurantes de cada região turística que por sua vez escolhiam para os seus cardápios as especialidades tradicionais regionais, o Festival teve um papel fundamental na preservação do património gastronómico Português.
É hoje uma marca consagrada junto de gastrónomos, profissionais e amantes da boa mesa que apresenta, anualmente, um programa rico em actividades que celebram e promovem o Património Gastronómico Português. Apresenta-se como um certame de excelência e uma montra dos sabores regionais.
Foi iniciado em 2005 o acto do FNG convidar um País estrangeiro para divulgar a sua gastronomia, junto da portuguesa, marcando a internacionalização do Festival.
O primeiro país convidado foi o Brasil, no âmbito das comemorações dos 500 anos do Achamento do Brasil. No ano seguinte foi Angola e, depois, Cabo Verde.
Aventava-se, na altura a possibilidade de realizar um grande festival de gastronomia portuguesa e lusófona, ou mesmo, fora desta época, um festival apenas de gastronomia lusófona, o que nunca aconteceu.
Em 2012, com Joaquim Rosa do Céu na presidência da (entretanto extinta) Região de Turismo do Ribatejo, o Festival é reduzido de 17 para 10 dias e verifica-se a eliminação dos almoços temáticos que tradicionalmente se realizavam no salão nobre da Casa do Campino.
Este ano, o Festival de Gastronomia de Santarém, na sua 40ª edição, vai voltar a celebrar Portugal à mesa, com a cozinha nacional representada nos 12 restaurantes de norte a sul e ilhas.