A Câmara Municipal da Golegã pretende propor a carismática Feira Nacional do Cavalo a Património Cultural da Humanidade, tendo já efectuado as primeiras diligências para conseguir a sua inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, passo determinante para posterior submissão ao escrutínio da Unesco.
O anúncio foi feito durante a reinauguração do Cine-Teatro Elisa Tavares Bonacho, ocasião em que Diogo Rosa, Vice-Presidente da autarquia goleganense, referiu que o certame atingiu a sua sustentabilidade financeira na edição de 2022, e que agora pretende promover ainda mais a Feira Nacional do Cavalo, que anualmente suscita a afluência de milhares de pessoas à Golegã.
Segundo o autarca, “a Feira Nacional do Cavalo é um certame único e que congrega milhares de pessoas, se não mesmo milhões, sendo reconhecido pela Entidade Regional de Turismo como o maior evento da região Alentejo – Ribatejo” (…) se não o maior evento do nosso país”, fazendo com que “visitantes de todo o mundo se juntem em volta do universo do cavalo.”
Diogo Rosa fez alusão à centenária Feira de São Martinho, certame tão emblemático em todo o Ribatejo e que sustenta a popularidade alcançada ao longo dos anos, o que contribui também para a projecção da Feira do Cavalo. A propósito, referiu que “Aqui temos, desde há muitos séculos, há mais de 450 anos, um certame que atrai milhares de pessoas de todo o mundo”, acrescentando que “neste momento vêm visitantes de todo o mundo, que se juntam em volta do universo do cavalo, seja para os verem a ser montados, ou para os comprar, principalmente o cavalo lusitano, que tem características únicas”.
Esta constatação valida a opinião do Executivo municipal segundo a qual “por este facto, os milhares de pessoas que estão envolvidas, pela conjugação perfeita que existe entre o animal a conviver com as pessoas na rua de uma forma tão harmoniosa é algo que temos de preservar”.
Como a inscrição na lista do PCI da Unesco não é um fim em si mesmo, este processo assegurará a preservação da “forma de montar, do traje da equitação e do próprio evento em si como espaço e tempo de encontro de gente de todo o mundo”, o que levou a Direção da Associação Feira Nacional do Cavalo e o Município a elaborarem uma candidatura conjunta, confiando que a Unesco reconheça essa qualidade.”
Ainda sobre a sustentabilidade da Feira Nacional do Cavalo, conseguida desde 2022, depois de anos consecutivos em que o Município tinha de transferir dinheiro para a Associação que a organiza, Diogo Rosa esclarece que “a Feira é organizada pela Associação Feira Nacional do Cavalo, que é uma entidade autónoma, em parceria com o município”.
Com a actual situação financeira tornou-se possível “apresentar às entidades bancárias um plano de negócios que previa a aquisição do terreno para a expansão da Feira do Cavalo, o que aconteceu este ano”, destacou ainda Diogo Rosa.