DIVULGAÇÃO APRODER
Coudelaria Henrique Abecasis dedica-se à criação e ensino de Puro-Sangue Lusitanos e aproveita as suas condições de exploração para o Turismo Equestre, organizando passeios a cavalo e cursos de formação ou estágios. A Coudelaria está instalada na Quinta do Pilar, Aveiras de Baixo, e é gerida por Tiago Abecasis, formado em engenharia ambiental. Há cerca de 12 anos, Tiago Abecasis decidiu deixar para trás uma carreira ligada à consultadoria para abraçar um projecto único, que aposta na afirmação internacional daquela raça de cavalos.
Como surgiu a Coudelaria Henrique Abecasis?
A coudelaria é o fruto da vontade da família. Neste momento, eu, a minha mãe, o meu irmão e o meu pai dedicamo-nos por inteiro ao projecto. A empresa formou-se em 2007: eu sou engenheiro do ambiente de formação e trabalhava na área da consultadoria. Quando quis mudar de actividade, resolvi agarrar na Quinta do Pilar e seguir em frente com esta ideia, que é a da valorização do Puro-Sangue Lusitano. O grande foco continua a ser a criação e o ensino de cavalos, mas temos também uma outra vertente forte, que é a do turismo equestre.
Que investimentos realizou para implementar este projecto?
Os investimentos são contínuos: ao longo destes 12 anos e até hoje, nunca parámos. Logo no início houve um investimento bastante considerável e concorremos a vários projectos e medidas de apoio. Confesso que foi um grande esforço, não só financeiro, mas também porque sempre que se faz algo de novo há todo o processo de aprendizagem, antes da implementação efectiva. Agora já começamos a ter algum grau de consolidação, mas nunca estamos, naturalmente, satisfeitos.
Em termos de de futuro quais os projectos que quer prosseguir e que investimentos tem em vista?
Nesta altura, como já referi, estamos numa fase de consolidação. Os investimentos têm de ser, de certa forma, cautelosos. Mas, a criação e ensino de cavalos são um mercado com uma margem de crescimento brutal. O Cavalo Lusitano está a aumentar a sua fama mundial, em termos do reconhecimento do que ele consegue fazer, e nós queremos, obviamente, crescer com o Cavalo Lusitano. No turismo equestre, apesar da situação em que estamos, temos razões para crer que será um sector de charneira no futuro. Em Portugal, era um subsector que estava em franca expansão antes da pandemia, e cremos que poderá dar um contributo importante na retoma que terá de acontecer, assim como um impulso no reconhecimento do País como destino turístico de excelência.
Conhece por dentro a Associação para a Promoção do Desenvolvimento Rural do Ribatejo (APRODER). Qual a relação que a sua empresa estabeleceu com esta associação e qual a mais-valia que lhe trouxe?
Numa fase inicial, a APRODER foi crucial. Foi, mesmo, uma das primeiras associações à qual aderimos. Na altura, candidatámos um projecto e a APRODER veio logo ter connosco. Deu-nos todo o apoio e foi extremamente importante. Não foi um apoio significativo em termos monetários, mas foi um apoio decisivo de várias outras formas. Até na nossa integração local. Todos os grandes agricultores estão integrados na APRODER, e todo esse capital de conhecimento foi, para nós, uma mais-valia inexcedível.
Como perspectiva a era pós-covid. Acredita que haverá alguma retoma do sector ainda este ano?
Vivemos, todos, ainda, numa fase de grande incerteza. Mas Importa não ceder às primeiras dificuldades e há que encarar o futuro com algum optimismo. Tenho parceiros internacionais que fazem a venda do meu produto, ao nível de turismo equestre, que me têm demonstrado muita vontade de retomar. Agora, se isso vai de facto acontecer, estamos todos ainda na espectativa. Contudo, há que depositar confiança também nas instituições que nos apoiaram desde a primeira hora, nomeadamente a APRODER e o Município da Azambuja. E, claro, deixar da nossa parte a garantia de que a Coudelaria tudo fará para que o Cavalo Lusitano seja reconhecido pelo que é: um símbolo único da identidade nacional que, se for bem promovido, pode ser muito importante para o País.