A judoca portuguesa Patrícia Sampaio, natural de Tomar, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Paris2024, conquistou, no passado domingo, a medalha de ouro em -78 kg no Grand Slam de Paris, um dos torneios mais conceituados do circuito internacional.
A judoca de Tomar iniciou o circuito da melhor forma, com uma entrada implacável na capital parisiense, onde derrotou três adversárias do top-8, entre as quais as primeira e terceira cabeças de série na competição.
Na final, Sampaio derrotou a ex-campeã mundial e medalha de prata em Paris2024, Inbar Lanir, com uma projecção para ippon a 1.15 minutos do final, e quando a sua adversária israelita já tinha dois castigos.
Antes, a medalhada olímpica e o nome mais entusiasmante da actualidade no judo português, já tinha vencido, com o público da casa contra si, a francesa Audrey Tchumeo, que viu um terceiro castigo (desclassificação) a 57 segundos do final.
O dia tinha começado também com outra adversária pré-designada (sétima), mais nova, de 21 anos e uma promessa da modalidade, a neerlandesa Lieke Derks, a quem venceu por ippon, com uma imobilização (osaekomi).
Na subida ao lugar mais alto do pódio, em que se ouviu o hino português, Sampaio esteve acompanhada da ‘vice’ Inbar Lanir e das francesas Tcheumeo e Fanny Posvite, que terminaram com a medalha de bronze.
Para Patrícia Sampaio foi um ano de 2024 de excelência, especialmente com a medalha em Paris2024 e que terminou com a medalha de bronze no Grand Slam de Tóquio, em Dezembro, seguida agora de um 2025 prometedor.
O ouro em Paris coloca-a, tal como aconteceu com a medalha olímpica, a igualar proezas de Telma Monteiro, Nuno Delgado e Jorge Fonseca, numa restrita galeria de portugueses que conseguiram vencer no Grand Slam parisiense.
A judoca da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais passa a ter o mesmo ouro em Paris de Bárbara Timo (2021), Telma Monteiro, que terminou a carreira no final do ano, e foi primeira em 2012 e 2015, e de Pedro Soares (1998).
Pavilhão Municipal de Tomar tem o seu nome
Em Agosto do ano passado, a Câmara Municipal de Tomar deliberou, por unanimidade, atribuir o nome de Patrícia Sampaio ao até agora designado por Pavilhão Municipal Cidade de Tomar. A iniciativa surge como homenagem à judoca, que conseguiu o maior feito de sempre do desporto tomarense ao conquistar a medalha de bronze na categoria -78 kg dos Jogos Olímpicos de Paris.
O Município já antes homenageara a atleta com a atribuição da Medalha Municipal de Valor Desportivo, em 2019 e a Medalha de Honra do Município, em 2020, sendo até hoje a única personalidade duas vezes distinguida nas cerimónias comemorativas do Dia de Tomar.
Nascida nesta cidade em 1999, Patrícia Sampaio desde cedo descobriu no judo o grande objectivo da sua vida, à medida que acompanhava o percurso do irmão mais velho, Igor, que era atleta na Sociedade Filarmónica Gualdim Pais. Nenhum deles sabia ainda que também ela percorreria os mesmos passos no tatami, e viria ele próprio a ser seu treinador.
Enquanto júnior, foi bicampeã europeia e medalha de bronze nos mundiais. Conquistaria igualmente o título europeu de sub-23.
A pandemia e algumas lesões tornaram mais difícil o seu percurso nos anos em que iniciou a carreira sénior. Ainda assim foi uma das representantes portuguesas nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Resiliente e determinada, regressou aos Jogos em 2024, em Paris, com uma vontade de vencer que só esbarrou naquela que viria a ser a campeã olímpica. Com uma atitude quase felina, conquistou a medalha de bronze e tornou-se um dos ícones da delegação portuguesa. A seguir, conquistou os portugueses com a sua enorme simpatia. E ainda teve direito a ser porta-estandarte de Portugal na cerimónia de encerramento.