Os “Caixeiros” de Santarém assumem-se, na actualidade, como o maior clube do país na prática de Teqball e são presença constante em provas nacionais e internacionais.

Leonor Pinho, de apenas 18 anos, é vista como uma das mais promissoras atletas da modalidade que tem vindo a conquistar espaço no panorama desportivo.

Como descobriste o Teqball e quando decidiste começar a praticá-lo?

O Teqball apareceu na minha vida como qualquer desporto. Um dia, no Verão, em 2021, fui fazer um workshop em Almeirim através do Futalmeirim, em parceria com os “Caixeiros”, e a partir daí nunca mais larguei este desporto viciante que dá gosto praticar. Quando percebi que existia um Circuito Nacional da modalidade em conjunto com o Rui Leitão, meu parceiro e treinador, decidimos participar como dupla na primeira etapa a 19 de Fevereiro de 2022 em Benfica do Ribatejo. Foi a primeira experiência a nível de competição e a partir daí foi continuar a treinar para evoluir.

Qual é a tua rotina de treino diário para te manteres em forma para competições?

Ao início tinha dificuldades em treinar. Como jogo pelos “Caixeiros” e moro em Almeirim tinha alguma dificuldade com as deslocações, mas fiz sempre os possíveis para poder treinar e evoluir, e contei sempre com a ajuda e boleias dos meus colegas de equipa. Agora a Câmara de Almeirim disponibilizou-me a mesa de Teqball, do Pavilhão ABC, para poder treinar nos meus tempos livres. Estas 4 a 6 horas por semana têm ajudado bastante na evolução. Além destas horas, sempre que possível vou até ao “Mítico” Ringue dos “Caixeiros” para treinar com os meus colegas de equipa que me ajudam bastante.

Quais são os maiores desafios que enfrentas ao jogar Teqball e como os superas?

Os desafios aparecem em todas as modalidades desportivas e no Teqball não é excepção. Ao início entender a modalidade na totalidade, perceber as regras e a dinâmica, foi difícil, mas com a ajuda dos meus colegas de equipa, hoje em dia, jogar Teqball é como andar de bicicleta.

A técnica de pés nesta modalidade é bastante importante pois durante as jogadas é necessário o uso dos dois pés e ao termos o completo controlo de bola nos pés a evolução na modalidade pode ser bastante positiva. O jogo é muito rápido e competitivo e um dos grandes desafios é manter a concentração e o foco.

Como lidas com a pressão de competir em alto nível na tua idade?

A pressão existe sempre em qualquer situação importante na minha vida e no Teqball não é excepção. Ao perceber que podia jogar numa etapa do European Teqball Tour, onde estão presentes alguns dos melhores do mundo fiquei super orgulhosa da minha evolução, e pelo responsável do clube acreditar em mim. É algo que em tão pouco tempo nunca achei que fosse acontecer. Com a ajuda dos meus colegas de equipa, principalmente o Rui Leitão, e da minha família, principalmente do meu pai, a oportunidade de competir em Madrid foi concretizada e lidei com a pressão como qualquer um, fazendo o melhor que sei sempre com um sorriso na cara.

Porque a sorrir a coisas saem sem darmos conta disso. É assim que lido com a pressão, a sorrir e a jogar o melhor que sei e como me ensinaram.

Quem são os teus maiores ídolos no mundo do Teqball e porquê?

Em termos europeus os meus ídolos são uma dupla mista francesa. O Hugo Rabeux e a Amelie Julian. São dois jogadores incríveis. Desde que entrei na modalidade foram sempre dois jogadores que acompanho e que a cada torneio que passa cada vez estão melhores. Já tive a oportunidade de estar com ela e vê-la jogar de perto é incrível. O modo como toca na bola, parece que a bola é copo de vidro que está prestes a partir. Ela tem uma relação com a modalidade que eu gostava de ter. Além desta dupla francesa uma das minhas inspirações no Teqball é o Dima Shevchuk.

Um ucraniano que foi acolhido, em Março de 2022, pela família “Caixeiros” e desde então tem-me ensinado muito daquilo que sabe e a partir daí tornou-se uma inspiração. Fora a Europa adoro ver jogar quando consigo a dupla de teqers brasileiros, Leo Lindoso e Vânia Morais. O toque brasileiro nesta modalidade é incrível. Como conseguem fazer uma bicicleta de um momento para o outro.

Quais são os teus objectivos de carreira de longo prazo no Teqball?

Os objectivos são sempre muitos, agora saber se os vou alcançar é outra história. Gostava de um dia poder mostrar às mulheres portuguesas, principalmente às jovens, que o desporto não é um bicho papão e que esta modalidade desportiva não é só para homens.

As mulheres são tanto quanto os homens, se eles podem praticar, nós, mulheres, também podemos. Outro dos objetivos é conseguir jogar num Mundial de Teqball, já tive a experiência de uma etapa europeia agora é continuar a treinar e a evoluir para poder jogar num Mundial a representar Portugal.

Como é a tua relação com os teus parceiros de equipa e como comunicam durante os jogos?

A relação entre colegas de equipa é excelente desde o primeiro dia de treino. Todos eles são incríveis comigo. Querem ensinar sempre tudo aquilo que sabem independentemente do pouco ou muito conhecimento que tem da modalidade.

Além disso dão-me sempre os conselhos e apoio necessários para que cada uma das etapas corra da melhor forma possível.

O que fazes para recuperar de lesões e prevenir novas lesões no Teqball?

Nunca fui uma atleta que tivesse tantos problemas com lesões. O meu único defeito nas lesões é que como tenho o sistema esquelético do corpo fraco tenho mais tendência a partir ossos facilmente.

E ao ser bastante distraída, os meus dedos das mãos, por exemplo, já sofreram um bocadinho. Independentemente disso, os alongamentos no início e do fim do treino são bastante importantes para qualquer atleta de qualquer modalidade desportiva prevenir as lesões no futuro ou recuperar as que já tem.

Qual é o maior conselho que já recebeste de um treinador ou mentor no Teqball?

O maior conselho, ou incentivo, que já recebi foi o ano passado, do meu treinador, que puxa muito por mim e dá-me na cabeça, “se continuares a treinar como tens treinado daqui a 5 anos estás no top nacional e a competir a nível Europeu ou Mundial”. O que é certo é que já fui jogar ao estrangeiro e sou Campeã Nacional de Clubes pelos “Caixeiros”.

O que dirias para incentivar outros jovens a experimentar o Teqball como desporto?

Este desporto abre muitas portas, dá-nos oportunidades e possibilidades incríveis, tem um ambiente fantástico.

Diria, também, que a Federação devia apostar mais em divulgar a modalidade nas escolas, que é algo que os jovens iriam gostar bastante de experimentar. Se investirem na juventude daqui a uns anos podemos ter a modalidade em Portugal tão desenvolvida como qualquer outra e acho que é o que todos os atletas portugueses desejam.

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