O presidente da Câmara Municipal de Santarém desmentiu, “categoricamente”, na última sessão da Assembleia Municipal, realizada na passada sexta-feira, que é intenção da autarquia transformar o Mercado Municipal “num “Continente””.
O autarca respondia a algumas interpelações sobre o andamento da obra, colocadas pela oposição, tendo considerado “um disparate” que se esteja a “difundir a ideia falsa” de que o município queira transformar o edifício num supermercado.
“Santarém não vai ficar parada no tempo como alguns desejam. Santarém vai crescer. A requalificação do mercado era falada há pelo menos duas décadas. Nós fazemos. E fazemos sem nos desviar um milímetro daquilo que oportunamente fomos divulgando. O Mercado será um espaço de turismo, de cultura, de encontros e de afectos e não vai ser alienado, a que título for, a qualquer supermercado”, garantiu Ricardo Gonçalves, assegurando, igualmente, que os azulejos do Mercado de Cassiano Branco (os 55 painéis de azulejos com imagens do património e monumentos da cidade e representações de trabalhos agrícolas) estão “devidamente salvaguardados”.
Ricardo Gonçalves reafirmou, contudo, que é intenção da autarquia a concessão da gestão do espaço a um privado, mediante concurso público e fez saber que foram feitos contactos com várias empresas que exploram mercados similares noutras cidades.
O autarca quer “um mercado dinâmico, que não feche às três da tarde”, reafirmando que “todos poderão concorrer em pé de igualdade”.
O mercado municipal de Santarém, um edifício de 1930 classificado como imóvel de interesse público, está a ser ser alvo de uma intervenção superior a 2 milhões de euros para concretização de um projecto do arquitecto Henriques Durão.
A intervenção proposta para o mercado procura aliar o restauro do edifício a uma leitura actual do contexto urbano em que se insere.