O emblemático cavaleiro mexicano Gastón Santos, que se destacou igualmente como actor de cinema em vários filmes, morreu aos 92 anos, vítima de cancro, no seu rancho “La Jarrilla” em San Luís de Potosí. Era um grande amigo de Portugal, desde que no ano de 1954 tomou a alternativa de cavaleiro tauromáquico na Praça do Campo Pequeno, apadrinhado pelo saudoso Mestre João Branco Núncio.
No México, Gastón Santos Pué – que nasceu em Tamuín, San Luís de Potosi, a 12 de Julho de 1931 – foi o pioneiro do toureio marialva, actuando sempre de casaca e tricórnio, e lançando inúmeros cavaleiros na arte de Marialva, entre os quais seu filho Gastón e seu sobrinho Rodrigo. Gastón Santos apresentou-se em Monterrey, onde obteve um enorme sucesso, e no início da década de 1950 rumou a Portugal, fixando-se na quinta de Mestre João Branco Núncio, em Alcácer do Sal, que o acolheu de braços abertos e lhe ministrou os ensinamentos necessários para que se estreasse nas arenas.
A 2 de Setembro de 1954 recebeu a alternativa na praça lisboeta do Campo Pequeno, apadrinhado por seu mestre, João Núncio, com o testemunho do Dr. Fernando Salgueiro, numa corrida mista em se lidaram toiros de Faustino da Gama e em que actuaram também os matadores de toiros Diamantino Viseu e Francisco Mendes e o Grupo de Forcados Amadores de Santarém, sob o comando de Ricardo Rhodes Sérgio.
Ao longo de uma extensa trajectória profissional – actuou ao longo da sua carreira em 1.348 corridas de toiros – Gastón Santos apresentou-se em praticamente todos os países taurinos e despediu-se das arenas portuguesas no ano de 1981, em Alcácer do Sal numa corrida de homenagem a Mestre João Núncio, sendo que, em 1973, também havia actuado na corrida comemorativa das Bodas de Ouro do Califa de Alcácer, seu mestre e amigo até ao seu último suspiro, em 1976.