A guerra, a imigração vs tráfico humano, a emigração dos jovens, pobreza, fome, amor, alegria, esperança, o envelhecimento e vivências da vida da autora são os temas cantados no livro ‘Poeta Inquieta’, obra de estreia de Maria da Conceição Matos. Nascida em Colos, concelho de Odemira, distrito de Beja, aos oito anos foi morar para Oeiras onde viveu até casar. Tem dois filhos. Vive em Santarém desde 1971. Licenciou-se em Gestão Bancária e fez pós-graduação em Direito Bancário, em adulta. Na vida activa foi bancária. Reformou- se em 2008. É pintora autodidacta.
Dá aulas de pintura na UTIS – Universidade da Terceira Idade de Santarém. Lê para idosos como voluntária numa IPSS. Escreve poesia desde a adolescência. Tem como influência autores como Fernando Pessoa, Natália Correia, Miguel Torga e muitos outros. Ganhou alguns primeiros e segundos prémios em concursos de poesia. O livro Poeta Inquieta é a primeira obra que publica, mas tem na calha um novo livro de poesia, bem como numa biografia.
O que a levou a escolher o título “Poeta Inquieta” para o seu livro?
Aprendi a gostar e a escrever poesia com o meu professor de português, que me chamava “o meu poeta”. Como sou por natureza inquieta, nasceu o título “Poeta Inquieta”.
Quais são os temas principais que aborda nas suas poesias em “Poeta Inquieta” e porque os escolheu?
Os temas que abordo no meu livro são: a vida pessoal, a guerra, a imigração vs tráfico humano, a emigração dos jovens portugueses, a fome, o amor/desamor, a esperança, o envelhecimento.
Sou muito atenta e sensível ao mundo que nos rodeia, e os temas que referi fazem parte do nosso dia a dia, num mundo cada vez mais incerto e inseguro.
Pode descrever o seu processo criativo ao escrever os poemas deste livro? Segue alguma rotina específica?
O meu processo criativo baseia-se no que me sensibiliza e a inspiração surge. Escrevo todos os dias, pois considero que é importante fazê-lo para treinar o processo inspirativo.
Tem algum poema no livro que considere particularmente especial ou que tenha um significado mais profundo para si? Porquê?
Tenho dois poemas muito especiais: um dedicado ao meu pai, que não conheci, por ter falecido antes de eu nascer; outro dedicado à minha mãe, que faleceu quando tinha catorze anos.
Como decidiu organizar os poemas no livro? Existe uma ordem específica ou um fio condutor que ligue as diferentes poesias?
Organizei as poesias do meu livro por temas, embora alguns surjam de forma aleatória.
Como escrevo desde os treze anos, no fim do livro coloquei alguns dos poemas escritos nessa idade.
O fio condutor que liga os meus poemas são o amor, a paz e a esperança.
Depois de “Poeta Inquieta”, já está a trabalhar em novos projectos literários?
Sim, estou a trabalhar num novo livro de poesia, bem como numa biografia.
Um título para o livro da sua vida?
Vento do Oriente, Vento do Ocidente de Pearl S. Buck.
Viagem?
Viagem à Patagónia.
Música?
“Nasce Selvagem” dos Delfins.
Quais os seus hobbies preferidos?
Pintura, ler e escrever, jardinagem.
Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria?
Musical ou policial.
O que mais aprecia nas pessoas?
A sinceridade.
O que mais detesta nelas?
A mentira e o cinismo.