“És o ABC da Minha Vida” é o nome do quarto romance da autora riomaiorense Paula Duarte. Actualmente a residir e a trabalhar em Caldas da Rainha, este novo livro “é um romance cheio de realidade”.
Nascida em Rio Maior, Paula Duarte tem uma longa carreira dedicada ao jornalismo e conta no seu currículo com mais três livros, o primeiro romance, “Reviravolta de P” – em capítulos onde o trocadilho de letras é uma constante – ao qual se sucederam “Sem Pecado” e “Felina”, uma história de ficção onde a realidade se confunde com a magia de uma lenda. Todas estas obras têm uma marca própria: “Todos os meus romances se iniciam com um poema, tal como eu que me iniciei no mundo da escrita com poemas, sendo o resumo de toda a história”.

Em que altura da sua vida descobriu a vocação para a escrita?
Escrevo há muitos anos. Era ainda criança e já fazia versos e na profissão que exerci durante anos, a escrita era parte do meu trabalho. Trabalhei praticamente 20 anos em comunicação social.

O que inspira a sua obra?
Os meus livros são sempre baseados em realidades comuns a todos. Tento sempre que o seu enredo, seja uma forma de tocar o leitor com alguns temas importantes e que por vezes são desvalorizados ou votados à indiferença, pelo facto de serem incómodos.

Como é o seu processo criativo?
Gente comum. Não me resguardo para escrever, faço-o em qualquer lado, as personagens são gente que passa por mim, e tiro-lhe os trejeitos, o falar e assim nasce um protagonista de um livro. A história desenrola-se por ela, não a forço nem a aumento, não conto páginas.

Tem algum tema predominante nos seus livros?
Não, não escrevo dois livros iguais, todos eles têm apenas duas características: temas actuais, fracturantes, e um poema, a minha marca, ele encontra-se sempre no início de todos os meus livros, sendo o resumo de toda a história.

O que representa para si a escrita?
Faz-me sentir viva. Desde muito cedo o papel é o meu melhor amigo, a caneta a minha companheira, enxugam-me lágrimas, fazem-me sonhar, escrever o mundo perfeito. Há quem viva da escrita, eu escrevo para continuar a viver.

Que livros é que a influenciaram como escritora?
Sinceramente, acho que não tive essa influência. Quando era adolescente acho que devorei todos os livros de grandes autores portugueses. Sempre adorei ler, é tão importante ter gosto pela leitura, é um vício e eu tenho de ler nem que sejam duas linhas antes de dormir e ouvir um pouco de música.

Considera que um livro pode mudar uma vida?
O meu último romance “És ABC de minha vida”, relata esse assunto, é rescrever de um destino. Um homem que altera toda a sua vida devido a um livro. Pode mudar uma vida sim, ele abre horizontes, obriga por vezes a questionar certas situações para as quais nunca olhamos com olhos de ver. Um livro terá sempre um lado didático, porque para crescer como pessoa é preciso ambicionar o sonho, e os livros são sonhos nos quais entramos de olhos abertos, percorrendo as linhas cheias de vidas.

Tem outros projectos em carteira que gostaria de dar à estampa?
Tenho, tenho um livro completo, composto por cinco contos com o título de “Um ser, em salpicos de palheta”, e em mãos estou a fazer crescer um outro, para além de crónicas e poemas que poderão ser lidos na minha página do facebook.

Um título para o livro da sua vida?
A indesejada.

Viagem?
Perú.

Música?
Coldplay – Ink.

Quais os seus hobbies preferidos?
Escrever, ler, ouvir música, caminhar ou sentar-me onde existam árvores ou mar.

Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?
As mentiras inventadas pelo Estado Novo.

Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria?
Comédia.

Acordo ortográfico. Sim ou não?
É uma pergunta fechada, diria sim, mas apenas e só com a intenção de evolução da língua, não concordo com a descaracterização da mesma.

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