Na primeira época como presidente, Miguel Dias, fala sobre os objectivos da Secção de Ténis da Associação 20kms de Almeirim. Os resultados, o que está por fazer, e os sonhos do clube, no lançamento da temporada 2019/2020.

Estamos à porta de mais uma época no Ténis de Almeirim. Ainda há quem não procure a modalidade por a considerar cara ou elitista?
Cada vez menos. A existência de cada vez mais pessoas a jogar ténis também ameniza a ideia que em Almeirim ou Alpiarça não é minimamente verdadeira. Começar a praticar ténis não é mais caro do que praticar qualquer outra modalidade individual e para além disso, na ‘Ass.20kms’ temos dois factores que nos permitem amenizar ainda mais esses custos: uma forte parceria com as autarquias que nos permite ter preços muito competitivos e um ADN de utilidade pública que nos faz criar condições para que todos a possam praticar.

E essa noção, de que o ténis não é apenas para elites, tem tido repercussão no número de atletas no clube?
O ténis teve uma grande quebra com a crise de 2008 que se prolongou até há três ou quatro anos. Em Almeirim e em Alpiarça estamos ainda a recuperar essa quebra, até porque isso não se verificou só no número de atletas, mas também nos torneios, ou no material adquirido. Esse trabalho de recuperação é de longo prazo, até porque nos obriga a investir noutros aspectos: nas infraestruturas e na imagem do clube, o que demora algum tempo. Temos no entanto uma grande vantagem: um quadro técnico que nos garante que estamos a fazer o melhor trabalho que podemos com os tenistas que se forem juntando a nós.

Até onde é que pode ir um tenista formado em Almeirim?
Damos formação desde os cinco anos e temos capacidade para criar jogadores de topo nacional. Já podíamos ter tido outros voos, mas na altura não nos foi possível. Mas temos qualidade para o fazer.
O José Rodrigues, que é o nosso director técnico e foi eleito treinador do ano da região, no ano passado, é o rosto de todos os sucessos que podemos ter e é graças a ele que em menos de dez anos começámos a registar resultados de relevo nacional nos vários escalões. E se nos primeiros anos isso acontecia na fase final da formação, hoje em dia acontece já nos escalões de base (Sub12 e Sub14). Já tivemos jogadores formados no clube que conquistaram vários títulos regionais, que estiveram nos momentos de decisão em Campeonatos Nacionais e que participaram em vários torneios internacionais.
Temos actualmente capacidade instalada para criar jogadores de topo a nível nacional e quero acreditar que quando surgir um atleta que queira voos mais altos já teremos capacidade para o acompanhar. Eu digo sempre: podemos não ter as melhores infraestruturas ou o maior orçamento, mas temos os melhores técnicos e os valores certos para ter sucesso no ténis.

Nos últimos anos têm sido os veteranos a conquistar os maiores títulos do clube. Que importância têm e o porquê da aposta neste escalão?
A criação de uma equipa de veteranos foi um projecto do anterior presidente Paulo Marques que contou com o meu apoio desde a primeira hora.
Os veteranos são em primeira instância aqueles que têm conseguido conquistar os maiores títulos para o clube. Foram vice-campeões nacionais, foram os primeiros a subir à 1ª divisão nacional, os primeiros a conquistar títulos nacionais individuais e títulos em torneios internacionais. E é à conta desses títulos que o Ténis da ‘Ass. 20kms’ se tem conseguido afirmar entre os clubes nacionais.
À parte dos títulos, são pessoas com os valores certos na vida, com sucesso nas suas carreiras profissionais e com o empenho que um tenista deve ter. São os jogadores-modelo para os nossos escalões de formação e são também embaixadores do Ténis de Almeirim por todo o país, que podiam estar a jogar com melhores condições noutros clubes, mas que vestem a nossa camisola porque acreditam nestes valores. E só lhes posso estar eternamente agradecido por isso.

É presidente da Secção de Ténis há quase um ano. Que balanço faz e quais são as prioridades até ao final do mandato?
Fui eleito em Novembro do ano passado num projecto de continuidade do Paulo Marques que foi o presidente fundador do clube e o responsável por tudo o que se fez na primeira década, que é sempre a mais difícil.
Estabeleci as prioridades que quero para os meus mandatos. E falo já no plural porque assumi desde o princípio que este é um projecto pensado a longo prazo, assim a minha vida o permita e os sócios o queiram.
Esta é a primeira época que começo como presidente, com uma aposta mais reforçada na imagem para que consigamos captar mais atletas e promover melhor o nosso dia-a-dia.
Ainda esta temporada vamos lançar o Plano Estratégico do clube, que pretendo que seja um instrumento base para o nosso crescimento. Vamos também anunciar, em breve, uma nova iniciativa de parceria com um clube da região, precisamente porque o nosso ADN é este: o de unir esforços para desenvolver o ténis.
Implementei um preço de inscrição mais em conta para atletas de clubes da região, nessa mesma lógica, isto para esta temporada.
Até ao fim do mandato vamos ter que melhorar as nossas infra-estruturas. Os court’s de Alpiarça precisam de uma intervenção urgente, os de Almeirim também precisam de uma manutenção um pouco mais reforçada, porque são a base de todo o nosso trabalho e dos nossos eventos.
A sede do clube é um objectivo cada vez mais prioritário.
Sabemos o que precisamos para podermos dar continuidade ao trabalho feito, mas também para dar o salto que o Ténis de Almeirim já está preparado para dar.

O fenómeno João Sousa veio mudar a forma como a modalidade é vista?
O João Sousa é a melhor ajuda que o ténis pode ter. O João é, para além de um grande tenista, um grande atleta. É um exemplo para todos e eu tenho muito orgulho que ele seja tenista. São os heróis que proporcionam os maiores momentos de desenvolvimento das modalidades e o ténis não é excepção. Para além disso, a federação tem um orçamento maior, está a começar a munir-se de técnicos mais jovens, com outra formação, de antigos tenistas que têm a experiência do campo e tudo isso contribui. Claro que, aqui e acolá, há coisas que deviam mudar e nós, Ténis da ‘Ass.20kms’, estaremos sempre atentos e participativos naquilo que tivermos capacidade para ajudar a mudar.

Como olha para o desporto em Almeirim? É um bom concelho para desenvolver um clube e uma modalidade?
É um concelho que tem tudo para ter sucesso no desporto. Tem infraestruturas, tem um fortíssimo apoio da Câmara Municipal, tem dirigentes que amam os seus clubes e as modalidades que desenvolvem, tem técnicos competentes e dedicados. Isto são os ingredientes base para fazer um bom trabalho que deve ser constante. Estamos a representar Almeirim, e isso acho que todos temos feito com mérito.

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