O Teatro Sá da Bandeira de Santarém voltou a abrir as suas portas ao público, no dia 20 de Junho, para receber Salvador Sobral, um dos muitos músicos que se juntou ao festival de música solidário Regresso ao Futuro.

A primeira grande iniciativa musical durante o desconfinamento em Portugal e que marcou o regresso de 24 artistas portugueses a 24 palcos (de norte a sul do país), depois da Covid-19 os ter obrigado a cancelar e a reagendar actuações e festivais. O Festival surgiu como uma mensagem de esperança ao sector cultural.

Em Santarém, com todas as medidas de prevenção e de segurança, o artista nacional com o seu quarteto reacendeu as luzes do Sá da Bandeira, numa noite puramente mágica que encantou a plateia.

No palco, Salvador Sobral, depois de quatro meses sem actuar (último concerto foi em Londres a 20 de Fevereiro), cantou duas novas músicas compostas durante a quarentena “Teatro – Mar de Memórias” e “Preguiça”, seguindo-se depois “Ela disse-me assim”, “Fui ver meu amor”, “Só eu sei “, “La Souffeuse”, “Benjamin”, “Sem Voz” e “Anda! Estragar-me os planos”, entre muitas outras. Foram cerca de duas horas de espectáculo marcado pelas fortes ovações do público e pelo humor hilariante do artista.

O público respeitou as normas impostas pelo Governo e pela Direção-Geral de Saúde e muitos deles levaram alimentos não perecíveis que serão distribuídos pela União Audiovisual junto dos profissionais dos sectores das artes que se encontram em situação de maior vulnerabilidade alimentar.

A receita de bilheteira reverterá para o Fundo Solidário de Apoio aos Profissionais da Cultura, anunciado em Abril pela cooperativa GDA – Gestão de Direitos dos Artista e a Audiogest (Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Fonográficos em Portugal), que conta já com 1,35 milhões de euros, e com as parcerias da GEDIPE, que representa produtores de cinema e audiovisual, e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O objectivo deste fundo é apoiar financeiramente, até ao limite das disponibilidades, profissionais (incluindo profissionais independentes e trabalhadores) do sector cultural, que se encontram a braços com uma crise sem precedentes, tantos deles arredados dos apoios públicos, precisamente fruto da precariedade estrutural do sector.

De referir ainda, que o Festival Regresso ao Futuro, juntou 24 artistas que aturam em simultâneo em 24 teatros diferentes de 22 localidades. Para além de Salvador Sobral, Pedro Abrunhosa, António Zambujo, Ana Moura, Samuel Úria, os D.A.M.A., Herman José, Áurea, Miguel Araújo, Agir, Carlão ou os Clã foram alguns dos vários dos nomes do cartaz.

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