A 10 de Junho de 2018, Joana Feliciano abriu as portas à ‘Solo Adventures’, uma associação sem fins lucrativos que constrói uma comunidade de Sonhadores Praticantes (i.e. especialistas das ideias à prática) através de projectos sociais que passam por eventos, formações, coaching e pelo digital.
Como é que nasceu a Solo Adventures e que equipa a compõe?
Nasceu, assim, como um movimento de empreendedorismo social para empoderar o indivíduo e a mudança social positiva. O projecto foi crescendo e os convites para as partilhas ao vivo com mais pessoas foram chegando. A Joana percebeu que não estava sozinha na sua missão – a de criar uma comunidade de Sonhadores Praticantes onde reina a colaboração, inspiração mútua e o foco no desenvolvimento pessoal e profissional. Sonhava numa rede de networking para a mudança. Formámos uma equipa e a missão que tinha ficou mais leve quando carregada por todos. No dia 25 de outubro de 2019, a Joana Feliciano e o João Madeira fizeram evoluir o movimento e juntamente com uma equipa de sete pessoas tornaram a ‘Solo Adventures’ numa associação sem fins lucrativos que constrói uma comunidade de Sonhadores Praticantes (i.e. especialistas das ideias à prática) através de projectos sociais que passam por eventos, formações, coaching e pelo digital. Actualmente somos uma equipa de mais de trinta voluntários/as que trabalhamos remotamente em todo o país dinamizando os quatro projetos da Associação – “Sonhadores Praticantes Partilhas”, “Networking para a Mudança” e “Gratidão Social” e “Academia Sonhadores Praticantes”.
Em que consiste o vosso projecto?
A Solo Adventures é uma associação sem fins lucrativos onde “Solo” foca na pessoa e “Adventures” nos desafios que cada uma enfrenta no decurso da sua vida. Somos uma comunidade de Sonhadores Praticantes. Pretendemos inspirar e empoderar pessoas que procuram o seu propósito, fomentando uma maior consciência individual, social e cívica. Através de uma metodologia baseada em três pilares (auto-conhecimento, auto-realização e ligações interpessoais), o nosso plano de ação foca-se no desenvolvimento humano, na saúde mental e no bem-estar emocional. Incentivamos o aumento da qualidade de vida e a longevidade das pessoas, reforçando o poder do potencial humano e da colaboração como factores-chave de evolução do mundo. A nossa comunidade é composta por pessoas em diferentes fases da vida dos 18 aos 60+ anos com pelo menos um elemento em comum, para além da sua humanidade: a curiosidade em explorarem o seu auto-conhecimento, desafiando-se a sonhar para descobrirem o seu propósito individual e colectivo.
O que é um movimento de empreendedorismo social?
A Solo Adventures nasceu como um movimento de empreendedorismo social em 2018 na medida em que era um piloto em que colocámos a teste, através de iniciativas como eventos presenciais e conteúdo digital, para validar a nossa pertinência social. Após os resultados positivos obtidos, por exemplo o número de participantes envolvidos nas actividades, os visitantes nas nossas diversas plataformas digitais, o feedback recebido, decidimos devido à sua natureza social formalizar o movimento numa Associação sem fins lucrativos em 2019. O empreendedorismo social foca-se em problemas da sociedade que sejam I.N.E. (importantes, de certa forma negligenciados e que tenham externalidades negativas) e nas soluções sustentáveis para os atenuar criando benefícios para quem as procura. No caso da Solo Adventures, o problema social que focamos é o reduzido sentido de propósito de cada pessoa nas várias fases de desenvolvimento da sua vida, tentamos assim atenuar parte das causas-raiz que o potenciam e que estão ao nosso alcance. Esta problemática apelou à nossa atenção particularmente pelas várias investigações na área da Psicologia que comprovam existir uma correlação entre a falta de propósito de vida e a mortalidade, daí ser crucial a consciencialização a curto prazo e a promoção da longevidade e do bem estar a longo prazo.
Na vossa opinião, a pandemia trouxe um agravamento de problemas do foro da saúde mental?
Sem dúvida que a pandemia veio trazer um agravamento, mas também uma consciencialização e valorização da importância da saúde mental e do bem-estar na vida de cada pessoa e das comunidades. O isolamento físico, e não necessariamente social, que a COVID-19 provocou foi para muitas pessoas uma chamada de atenção para áreas da vida que até ao momento não tinham priorizado ou refletido sobre elas. Para nós ficou claro principalmente porque durante o primeiro período de confinamento chegaram-nos várias solicitações de ajuda e mais visitantes aos nossos conteúdos. Para tentar atenuar as preocupações que as pessoas partilhavam, um dos exemplos de iniciativas que implementámos de imediato foi a criação de um conjunto de eventos online com a participação do público sobre várias temáticas relacionadas com a saúde mental (ansiedade, depressão, relações entre pais e filhos, psicologia positiva, entre outras) em parceria com o Gabinete Psicologia Lisboa e Porto. Ao longo de nove episódios falámos sobre algumas ferramentas para atenuar os efeitos nefastos do confinamento acreditadas por psicólogos e psiquiatras. Temos até conhecimento que algumas pessoas que assistiram a estes lives no Instagram tomaram coragem e iniciativa de pedir acompanhamento psicológico com o Gabinete. Todas as conversas estão disponíveis para consulta no nosso website (versão podcast) e no YouTube da Associação (versão vídeo). Outra iniciativa que lançámos numa tentativa de informar sobre temas fraturantes no âmbito da nossa missão com base em fontes fidedignas foi a série de publicações digitais “Solo Adventures Explica”– podem fazer download gratuito da primeira edição “Fadiga pandémica, a doença invisível que está a ameaçar a nossa saúde mental”.
Que impacto querem ter na comunidade?
A Solo Adventures sendo composta de Sonhadores Praticantes tem que ter um sonho nessa medida. Temos como visão ser um dos maiores Hubs de desenvolvimento humano em países de Língua Portuguesa, pretendendo capacitar e empoderar cada vez mais pessoas para que atinjam maiores níveis de bem-estar e de auto-realização, a fim de contribuir para sociedades mais felizes e interligadas.