A presidente da Câmara Muncipal de Alpiarça, Sónia Sanfona, reitera a confiança no comandante dos Bombeiros Municipais do concelho, e afirma que não vai exigir a demissão de Hugo Teodoro.
As declarações foram feitas durante a sessão do executivo municipal, na manhã de quinta-feira, 26 de Janeiro, após o tema ser trazido a debate pelo vereador da CDU, João Arraiolos. O autarca da oposição questionou a edil sobre a posição que iria tomar quanto à entrega de uma carta anónima, alegadamente subscrita por 27 bombeiros da corporação, que denunciava o mau ambiente no quartel e alguns comportamentos menos próprios do comandante Hugo Teodoro.
Sónia Sanfona revelou que já reuniu com os elementos da corporação, no sentido de apurar o que poderia coincidir com a verdade, esclarecendo que dessa reunião percebeu que “há uma discordância global com o teor da carta”, embora tendo-se apercebido de uma “desestabilização entre comando e restante corporação”. A presidente reiterou ainda a manutenção da confiança do executivo no comandante Hugo Teodoro, que segundo o Correio do Ribatejo apurou, colocou o seu lugar à disposição da líder do executivo alpiarcense.
Relembre que foi entregue uma carta anónima, em que no texto redigido, o autor, ou autores, identificam comportamentos do comandante como a falta de presença no quartel, explicando que o “sr. Comandante”, como é referido, “chega de manhã, pega no seu veículo de comando, e desaparece, sem dar justificações a ninguém”, vinca o texto, acrescentando que chega à hora de almoço, faz a refeição e não volta a aparecer no quartel durante o período da tarde. O texto refere também que quando é solicitado para resolver “alguma situação” a resposta que se obtém é a desresponsabilização pelo problema, e imputa a responsabilidade do que está mal/avariado na presidente da autarquia, responsável pelo pelouro da Protecção Civil e Bombeiros Municipais.
A carta refere ainda que o comandante Hugo Teodoro não dirige a palavra a alguns elementos, causando mau estar no seio da corporação, assim como deixa acusações de ter rejeitado pedidos de transferência de bombeiros que queriam integrar a corporação, negando assim recursos humanos preciosos para melhor desempenhar a missão de prestar socorro à população de Alpiarça.
O documento pede ainda o afastamento do comandante por carecer de liderança, espiríto de missão e bom senso, e por o Hugo Teodoro estar a “afastar cada vez mais os bombeiros” e por estar a afundar a corporação “a passos largos”.
O texto é encerrado com a ameaça dos 27 elementos avançarem com medidas extremas, “caso o sr. Comandante continue a desempenhar funções”.