Entrevista a David Antunes, músico

Que impactos está a ter a pandemia no seu trabalho?

O mesmo impacto que em toda a gente. A vida sem festas é uma seca!

Quais são as maiores dificuldades?

Não ter pessoas à frente do palco para as fazer sorrir! Saudades de ver as pessoas felizes, sem andarem nestas discussões que não levam a lado nenhum.

Que projectos foram adiados?

Concertos. Muitos. Os 10 anos da Midnight Band! Tenho aproveitado para tirar as férias que nunca tive. Pela primeira vez na vida, consegui estar com a família em pleno Agosto! Coisa impensável na vida normal.

De que forma tem tentado manter o contacto com o público?

Através das várias plataformas. Televisão, redes sociais… Criei um cantinho às sextas-feiras “Canta-me uma história” para manter essa ligação e contribuir com boa disposição para as redes sociais.

Sente falta do palco?

De que maneira! Mas acredito que dentro de poucos meses já estaremos de volta.

Como antevê o pós-pandemia?

Uma loucura! Vida normal x100! Está tudo ansioso. Tudo à espera de que este bicho enfraqueça e viva connosco da mesma forma que a gripe já o faz.

Os concertos on-line e a distribuição multiplataforma vieram para ficar?

É uma forma gira de entretenimento, mas nunca substituirá o calor humano. O toque. A experiência ao vivo. Já faço essas brincadeiras desde 2016. São um bom complemento para se ir mantendo e aperfeiçoando.

E quanto aos apoios? Existem ou são uma miragem?

Penso que, na cultura, estão em vigor os mesmos apoios que noutras empresas.

Seria importante a criação, por exemplo, do estatuto de artista que reconhecesse esta categoria profissional e exigisse a devida protecção social?

Artista não sei! Sou músico. Se todas as profissões tiverem protecção social então sim. Todos os ofícios são importantes na sociedade e não deve haver distinção entre um calceteiro, um padeiro ou um músico. Todos desempenhamos a nossa função nesta sociedade. Se o músico tiver um estatuto, então o calceteiro também tem de o ter.

Para além de apoio pecuniário, que outras medidas seriam necessárias para relançar a produção artística?

Só estamos à espera da luz verde para arrancarmos com a força de sempre. Não são precisas medidas. Só resolver esta pandemia de uma vez por todas e avançar sem medos.

O que lhe parece a decisão do Governo em aumentar a quota de música portuguesa nas rádios?

Acho que essa decisão deve pertencer às rádios (privadas). Se gostaria que elas passassem mais música portuguesa? Sim. Mas não por imposição, mas sim porque a valorizam.

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