O movimento proTEJO assinala no dia 17 de Julho, em Tomar, a 9.ª edição do “Vogar contra a indiferença” com uma descida em canoa, numa demonstração ibérica de cidadãos “Pela despoluição do rio Nabão”.
A actividade organizada pelo movimento ambientalista com sede em Vila Nova da Barquinha consiste numa “acção de defesa de rios vivos sem poluição e livres de açudes e barragens para assegurar a conservação dos ecossistemas e habitats aquáticos, o usufruto do rio pelas populações ribeirinhas e os fluxos migratórios das espécies piscícolas”, refere a organização, em nota de imprensa.
O “9.º Vogar contra a indiferença” far-se-á, assim, na manhã do dia 17, a partir da praia fluvial do Sobreirinho, e continua com um percurso em canoa pelo rio Nabão até ao Parque do Mouchão, na cidade de Tomar, tendo a organização, em conjunto com as autoridades de saúde, delineado uma lotação máxima de 50 lugares em 25 embarcações, incluindo a participação de elementos da Rede de Cidadania por uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, de Espanha.
Paulo Constantino, do PROTEJO – Movimento pelo Tejo, disse à Lusa que a organização, além de pretender “consciencializar as populações ribeirinhas para o aumento das pressões negativas que resultam da sobre exploração da água do Tejo”, quer também “chamar a atenção para os problemas de poluição do rio Nabão”.
Na “origem dos problemas” de poluição do Nabão, afirma o proTEJO, “está a falta de tratamento de águas residuais urbanas e de descargas de efluentes não tratados provenientes da agricultura, indústria, suinicultura, entre outras”.
Relativamente ao Tejo, o movimento proTEJO diz que a iniciativa pretende “alertar para as pressões negativas que se avizinham, com projectos de construção de novos açudes e barragens, e para as que já existem, face à gestão economicista das barragens hidroeléctricas da Estremadura espanhola, aos transvases de água do Tejo para a agricultura intensiva no sul de Espanha e à agressão da poluição agrícola, industrial e nuclear”.
A acção culminará na tarde de sábado, dia 17, no Parque do Mouchão da cidade de Tomar com a leitura da “Carta Contra a Indiferença”, para “exigir o desbloqueamento da execução de medidas de melhoria de tratamento das águas residuais urbanas e a fiscalização das actividades poluidoras por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, refere o movimento ambientalista.
A descida de canoa, com inscrições até 10 de Julho, visa ainda realçar a “importância do regresso de modos de vida ligados à água e ao rio e das actividades de educação ambiental e turismo de natureza, cultural e ambiental”, realça o movimento.
Esta actividade é organizada pelo proTEJO – Movimento Pelo Tejo, e conta com o apoio do município de Tomar, da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo e seus afluentes, sendo responsável pela descida do rio a Natur Z.