Filipe Santos, cantor nascido em Torres Novas que se destacou em concursos televisivos, nomeadamente na Operação triunfo, da RTP, lançou recentemente um novo álbum “Conta Comigo – um disco em filme”. Este é o seu sexto trabalho discográfico e a apresentação oficial decorreu no final de Novembro no cineteatro São João, no Entroncamento.
Segundo Filipe Santos “Conta Comigo – um disco em filme”, é mais do que um disco, é uma jornada musical extraordinária, apresentada em forma de filme, guiada pela inconfundível voz de Ricardo Carriço, que ao longo de 12 canções repletas de mensagens positivas e inspiradoras, transporta-nos numa viagem de 6 anos que cruzou 4 continentes”.
O disco começou a ser pensado em 2012, tendo as primeiras filmagens sido registadas em 2018, no deserto do Saara. No início do presente ano foi realizado o último videoclipe no ZipMix Studio em Olhão, da artista Viviane, com quem Filipe registou um dueto.
‘Conta Comigo’ é descrito como um “disco em filme”. O que o inspirou a criar este formato inovador e como o descreve?
O que me levou a imaginar este formato foi o de querer provar a mim próprio e à minha equipa que somos capazes de fazer diferente. O produtor Nani Teixeira teve grande impacto ao acreditar em mim, quando há 6 anos atrás lhe disse “vamos fazer um filme”.
Um disco, é uma obra musical onde qualquer ouvinte é levado a viajar através das faixas, canção a canção. Um disco, só por si, é uma viagem através dos textos, dos locais, personagens que imaginamos, silêncios, sons que nos transmitem todo o tipo de sentimentos. No fundo é uma engenharia musical através da sua masterização, que é uma apenas para todas as canções, da primeira à última. É assim que um disco é ouvido e, imaginei sentir tudo isso acrescentando as imagens.
Este trabalho foi uma jornada de seis anos que atravessou quatro continentes. Quais foram os momentos ou locais que mais o marcaram durante esta experiência?
Na verdade, o trabalho começou a ser escrito a 24 Agosto 2012, dia do nascimento da minha filha Beatriz. Nesse dia, Ernesto Leite, que assina os Arranjos e Orquestrações do disco, um amigo e músico que me acompanha desde a minha participação na Operação Triunfo, enviou-me para o email um presente de valor incalculável, a canção “Conta Comigo”, canção que dá nome ao disco. Este foi um momento decisivo naquilo que foi a direcção que estava a seguir na minha composição. Tudo o que tinha escrito até então coloquei na gaveta e iniciei um novo ciclo.
A gravação do vídeo iniciou em 2018, no deserto do Saara onde encontrei “um fim de mundo” que imaginava na letra que escrevi para o tema que abre o disco “Acordei”.
Estes dois momentos foram decisivos nesta caminhada.
A colaboração com artistas como Ricardo Carriço, Viviane e Eritson Monteiro dá uma dimensão multicultural a este projecto. Como foi trabalhar com eles e que impacto tiveram no resultado final?
Cada um teve um impacto muito especial e gratificante. Para a obra musical estas colaborações são de grande importância, isto porque cada um à sua maneira, dando um pouco do seu coração, trazendo o seu legado, a sua história agarrada à sua voz, junta, agrega e valoriza o trabalho em si.
O Ricardo Carriço, que é o narrador, guia-nos na viagem através da sua voz, e que voz… Sempre atento em estúdio, às respirações, ao fraseado, ao volume e intensidade das palavras. Foi uma honra trabalhar com ele.
A Viviane, recebeu-nos de braços abertos no seu estúdio, em sua casa, à sua mesa, na companhia do Tó Viegas, fez-nos pertencer ali. Eu já era fã desde o tempo dos “Entre Aspas”, agora com estes momentos únicos de bastidores, e com o registo no dueto “Segredos”, posso dizer que a Viviane é uma mulher com uma luz muito grande.
O Eritson Monteiro, traz-nos a internacionalidade do projecto, a pureza da vida, a simples e calma forma de viver, de cantar na rua, de andar de chinelo no pé, soltar as rastas e sempre, com uma humildade e energia gigantes sem forçar nada.
As mensagens de esperança e equilíbrio interior são centrais neste trabalho. O que espera que os espectadores e ouvintes retirem desta experiência?
Espero que seja uma viagem de introspecção, em que cada um olhe para dentro de si e em seu redor e possa retirar o seu melhor, ajudando o próximo ou aceitando que precisa de ajuda, ganhando a força de a procurar. Este foi o objectivo e propósito de todos os textos que englobam este trabalho.
Quais são os próximos projectos ou ambições que tem em mente, quer na música, quer noutros formatos criativos?
Neste momento estou focado no trabalho que estou a realizar com a agência Decibell, com quem estou a trabalhar no espectáculo “Conta Comigo – um disco em filme” a ser apresentado em palcos ao longo do próximo ano.
Quanto a formatos criativos, posso dizer que tenho inúmeros, sendo que todos vão crescendo dia após dia, com a vida, com a maturidade, e quem sabe, dentro em breve, será divulgado mais um trabalho como este “Conta Comigo – um disco em filme”.
Um título para o livro da sua vida?
“Acordar dentro de um sonho”.
Viagem?
Tailândia.
Música?
“Por tudo o que és (lés a lés)”.
Quais os seus hobbies preferidos?
Viajar.
Se pudesse alterar um facto da história, qual escolheria?
Nenhum.
Se um dia tivesse de entrar num filme, que género preferiria?
Ficção.
O que mais aprecia nas pessoas?
Olhares verdadeiros.
O que mais detesta nelas?
Injustiça.
