O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) do Médio Tejo reclamou hoje a abolição de portagens nas auto-estradas A23 e A13, que atravessam aquela sub-região do distrito de Santarém, consideradas um “entrave” ao desenvolvimento social e económico.
“A existência de portagens no Médio Tejo (A23 e A13) são um problema para a mobilidade de pessoas e bens, são um entrave ao desenvolvimento social e económico, não contribuem para a coesão territorial, potenciam os problemas ambientais nas zonas urbanas e afectam a segurança rodoviária”, disse à agência Lusa Manuel Soares, porta-voz das estruturas de utentes da região do Médio Tejo do MUSP, presente numa acção pública que decorreu hoje na rotunda da Atalaia (confluência da A23 com a A13), em Vila Nova da Barquinha.
O dirigente frisou que estas vias são “fundamentais no acesso a cuidados de saúde nos três hospitais da região do Médio Tejo”, referindo-se às unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, que constituem o Centro Hospitalar da região (CHMT), tendo feito notar que o abaixo-assinado que as Comissões de Utentes lançaram em Junho reivindicando a abolição de portagens na A23 e A13 foi subscrito por cerca de 12 mil pessoas.
Em comunicado hoje tornado público, os utentes do Médio Tejo lembram que a região é servida por duas vias rápidas – “o IP6 (nunca concluído para Oeste) depois baptizado como A23, e o IC 3, depois baptizado como A13” – tendo feito notar que “as auto-estradas, agora com portagens, ocuparam as anteriores vias sem que haja alternativas rodoviárias viáveis e com a quase inexistência de transportes públicos”.
Em causa, referem, está a “qualidade ambiental, a deterioração das vias utilizadas e a segurança das populações das zonas residenciais urbanas e rurais agora atravessadas por milhares de veículos ligeiros e pesados, e que, antes, transitavam nos IP6 e IC3”.
Reclamando a “abolição pura e simples” das portagens, os utentes referem ainda que “o troço da A23 entre a A1 e Abrantes foi construído pela antiga Junta Autónoma de Estradas (depois Estradas de Portugal, agora Infraestruturas de Portugal) com dinheiro de fundos comunitários, assim como o troço do IC3 entre a Atalaia e Tomar (Alviobeira/Ferreira)”, tendo sublinhado que, além da região estar “perante vias sem alternativas e com portagens”, os cidadãos e empresários são confrontados com a relação “preço/quilómetro mais alto praticado em Portugal em rodovias semelhantes”.
Segundo disse Manuel Soares, as medidas defendidas pelos utentes “contribuem para melhorar a vida das populações e potenciar o desenvolvimento social e económico”, tendo ainda dado conta que os utentes dos serviços públicos do Médio Tejo “entendem como muito importante o acabamento do IC3, entre Almeirim e a Atalaia”, bem como a “concretização da totalidade do IC9 (entre Tomar e o Alto Alentejo)”.
Segundo o MUSP, as cerca de 12 mil assinaturas recolhidas na região do Médio Tejo vão ser enviadas ao ministro das Infraestruturas e o documento reivindicativo vai também ser dado a conhecer aos grupos parlamentares e aos autarcas.