Catarina Pereira é uma jovem apaixonada pela tauromaquia que à festa de toiros aliou o mundo da moda, nomeadamente a bijuteria. Criou o conceito de moda taurina ‘Afirma-te Aficionado’ para que “as pessoas não tivessem medo de dizer que gostavam de toiros”.

Primeiro de tudo, como é que começou o projecto de moda taurina? O projecto nasceu em Maio de 2014. Estava num momento complicado da minha vida e queria fazer algo nos toiros. Aliei a minha paixão ao toiro ao jeito para fazer peças de bijuteria e aí surgiu a CP Handmade.

Até onde é que pode chegar com este conceito? O conceito além da moda taurina é o ‘Afirma-te Aficionado’. Criei a marca com o objectivo de que as pessoas não tivessem medo de dizer que gostavam de toiros. Os acessórios não são só para uma festa ou para uma corrida de toiros, podem ser usados no dia-a-dia, nas escolas, no trabalho, em qualquer sítio e ocasião.

Que produtos é que podemos encontrar no seu atelier? Neste momento faço muitos brincos, mas tenho acessórios para o cabelo, colares e pulseiras para senhor e senhora. Além dos modelos que existem faço peças personalizadas.

Quais os desfiles em que já participou? Todos os desfiles que fiz até ao momento foram em colaboração com a estilista espanhola Emma Prieto. Começámos a trabalhar juntas em 2016. Desfilei na apresentação anual da colecção da estilista que se realiza em Plasencia e Coria. Participamos na Pasarela Española em Madrid,na IFEBA em Badajoz, nas Feiras do Toiro de Coria e de Olivença, na Code 41 em Sevilha nas edições de Fevereiro e Outubro, em alguns eventos particulares e por duas vezes no canal televisivo da Extremadura.

Também faz roupa para homem? Não, de momento o mundo têxtil não é uma prioridade para a marca.

Qual foi a peça mais caricata que já fez? Já tive algumas que geram alguma controvérsia principalmente pelas dimensões dos brincos, como por exemplo uns de andorinhas em porcelana, uns brincos com os corações de Viana para o primeiro desfile com a Emma Prieto que foram um sucesso, mas acho que os mais arriscados e que resultaram num sucesso foram uns brincos com a fotografia de um amigo toureiro, o bandarilheiro João Pedro Silva. Era uma peça que achei que ninguém ia gostar e tenho muitas encomendas.

A moda taurina é um mercado em expansão? Sim, sem dúvida, existe muita coisa para fazer na moda e, em particular, na taurina. A moda taurina está muito ligada ao Slow Fashion que nos dias de hoje é muito importante. As peças costumam ser de uma qualidade superior ao que encontramos em Fast Fashion, mais exclusivas e com uma fabricação muito mais correcta e menos poluente. É essencial que as marcas tenham uma mensagem a passar e não se deixem levar pelos números.

Que acha das manifestações anti-taurinas? É importante que existam opiniões diferentes sobre todos os temas, desde que sejam fundamentadas com argumentos válidos e com respeito, coisa que infelizmente a maior parte do tempo não acontece. As manifestações são mais de barulho e insultos aos aficionados que propriamente uma manifestação pelo que eles acreditam e defendem.

Qual é a sua opinião em relação ao mundo das touradas? O mundo das corridas de toiros é muito vasto. O que vejo nas praças e nos festejos populares é um mundo cada vez mais de jovens que se interessam pelo toiro, pelo toureio e pela tauromaquia e a sua história. Querem aprender, procuram informação e sabem o que estão a ver. Têm conhecimento e interagem no espectáculo taurino. Um mundo cada vez mais amado.

Viagem de sonho? Neste momento México! Visitar uma amiga que conheci graças à moda taurina e que representou a minha marca no primeiro desfile em Sevilha. Aproveitar a visita para conhecer o País, a cultura e ir a alguma corrida de toiros para sentir a aficion mexicana.

Música imprescindível? Flamenco.

Quais os seus hobbies preferidos? Além de fazer bijuteria que se tornou em profissão, gosto muito de campo. Ver os toiros no campo é dos momentos mais bonitos que tenho.

Se pudesse participar num filme qual escolheria? ‘Meia noite em Paris’, para encontrar-me com o Ernest Hemingway e com o Maestro Juan Belmonte.

Se pudesse alterar um facto da história, qual seria? A história faz de nós aquilo que somos hoje, podia dizer as ditaduras, mas se não estivessem na história como sabíamos o verdadeiro significado e valor da liberdade? A história foi a vida de muita gente não há que mudar há que respeitar.

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