Estamos na chamada rentrée. É tempo de recomeços e de dar as boas-vindas ao Outono. Sem dúvida, uma boa altura para a descoberta de novos vinhos. A pensar nisso, os Vinhos do Tejo dão uma ajuda, identificando seis novidades, que em comum têm a casta Fernão Pires, usada em estreme, ou seja, a 100%. De três anos distintos, são néctares que chegaram ou estão para chegar ao mercado ainda este ano: um da colheita de 2018, dois de 2019 e três de 2020.

Seis monocastas que se juntam a outros dois como estreias, lançadas em 2021, e assim reflectem a força que a variedade de uva mais expressiva do Tejo tem, não só na vinha, mas também na garrafa, cada vez mais a solo. Este cluster permite também mostrar a plasticidade desta casta, podendo dar origem a brancos frescos e leves; a vinhos mais complexos, ideais para a mesa; a vinhos de sobremesa e até a orange wines ou Fernão Pirão, nome tipicamente atribuído quando vinificados em curtimenta.

Dois dos vinhos trazem consigo novidade em dose dupla, ao serem da autoria de novos players do Tejo. Têm, por coincidência, o mesmo apelido, mas são de projectos distintos: David Amaral, com o ‘Assinatura David Amaral branco 2020’; e Isabel Lima Amaral com o ‘Canto do Marquês Fernão Pires branco 2020’. Falando em novos agentes económicos, destaque para a enóloga Joana Pinhão, que à casa retorna, com o seu projecto Casal das Aires, em Alpiarça, lançado em pré-pandemia, mas agora a estrear um peculiar Fernão Pires de Vinhas Velhas, com estágio em barricas e a elevar os Vinhos do Tejo para um patamar acima da média. De 2019, este ‘Casal das Aires’ custa cerca de 40 euros.

Olhando para o universo de produtores com forte distribuição, nos mercados nacional e externo, vemos a Falua e a Quinta da Alorna a darem destaque ao que de mais identitário se faz na região. Se a primeira optou por dar palco ao Fernão Pires em estreme, mas manter uma referência já existente e consagrada, o seu ‘Falua Reserva Unoaked branco’ – que antes vivia de um blend de castas e agora é apenas feito com Fernão Pires do Tejo –, a Quinta da Alorna prepara-se para lançar uma nova marca – ‘Reserva das Pedras’ – destinada a promover as castas ex-libris da região: um monocasta de Fernão Pires, nos brancos, e um de Castelão, nos tintos. O branco é, por sinal, de 2018, ano em que a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo apostou, de forma mais activa, em promover e capitalizar para a rainha das suas castas. A enóloga Martta Reis Simões esteve no arranque desta “corrente” e, rapidamente, lhe deu vida na adega.

Novo e diferenciador é o monovarietal de Fernão Pires da Quinta da Ribeirinha. Um orange wine, que por isso enverga a marca Contracena, destinada a vinhos “fora da caixa”. Havia já um branco de uvas tintas, feito de Castelão, e agora este ‘Contracena Orange Wine Fernão Pires branco 2020’.

Monocastas de Fernão Pires para a rentrée
Lista apresentada por ordem de prova sugerida pelo sommelier Rodolfo Tristão.

Assinatura David Amaral branco 2020 (David Amaral) • IG Tejo
PVP: €6,00 • Álc.: 12,00% • Acidez Total: 6,03 g/L • Açúcares Totais: 0,6 g/L • pH: 3,46

Falua Reserva Unoaked branco 2019 (Falua) • IG Tejo
PVP: €14,49 • Álc.: 12,50% • Acidez Total: 6,00 g/L • Açúcares Totais: 2,0 g/L • pH: n.a.

Canto do Marquês Fernão Pires branco 2020 (Isabel Lima Amaral) • DOC do Tejo
PVP: €6,00 • Álc.: 13,50% • Acidez Total: n.a. • Açúcares Totais: n.a. • pH: n.a.

Reserva das Pedras Fernão Pires branco 2018 (Quinta da Alorna) • DOC do Tejo
PVP: €17,99 • Álc.: 12,50% • Acidez Total: 6,50 g/L • Açúcares Totais: n.a. • pH: 3,30

Casal das Aires Fernão Pires de Vinhas Velhas branco 2019 (Casal das Aires) • IG Tejo
PVP: €39,90 • Álc.: 12,50% • Acidez Total: 5,85 g/L • Açúcar Residual: 0,6 g/L • pH: 3,38

Contracena Orange Wine Fernão Pires branco 2020 (Quinta da Ribeirinha) • DOC do Tejo
PVP: €14,50 • Álc.: 11,50% • Acidez Total: n.a. • Açúcares Totais: n.a. • pH: n.a.

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