A família @WindFamily viajou pelo mundo de barco durante três anos e estão em Santarém a viver há cerca de um mês.

@WindFamily é o nome pelo qual é conhecida a família de Inês Saldanha, a mãe, João Pisco, o pai, e os filhos Alice, 13 anos, Manuel, 11, Francisco, 8 e Teresa, de 5 anos de idade. Todos concretizaram o sonho de viajar pelo mundo num veleiro.

Viviam no Estoril e embarcaram na aventura das suas vidas em 2020, em plena pandemia, aproveitando para conhecer o mundo através do oceano. A viagem terminou este ano e escolheram a cidade de Santarém para viver, onde estão há cerca de um mês.

Visitaram inúmeros países e deles trazem memórias inesquecíveis que estão agora gravadas em fotografias e vídeos.

A família utilizou diversas plataformas online para partilhar toda a experiência, e actualmente já são mais de 103 mil as pessoas que acompanham o conteúdo que criaram na rede social Instagram. Inês Saldanha e João Pisco ainda não namoravam quando surgiu a ideia de embarcarem nesta aventura. Quando Inês soube que o sonho de João era ter uma família grande, comprar um barco e conhecer o mundo, ficou de imediato apaixonada: “Os anos foram passando, fomos tendo filhos e esta conversa voltava sempre.

Até que houve um dia que nos deu um clique e perguntamo-nos o porquê de não fazermos deste o nosso propósito de vida”, afirmou Inês ao “Correio do Ribatejo”.

O casal esteve durante sete anos a preparar toda a viagem que se iniciou na ilha da Madeira, depois foram para a ilha das Canárias e o último destino foi São Tomé e Príncipe. Visitaram mais de 40 países e para a família é impossível escolher apenas um como favorito.

“Não foi uma viagem à cerca de países, foi uma viagem à cerca de família, de união, de partilha, de tolerância e de experiência. Algo que vamos levar para a nossa vida inteira porque foi algo único e isso é muito mais do que qualquer país. Não conseguimos escolher apenas um como favorito”, salientou Inês Saldanha.

Francisco recordou que quando esteve numa escola com índios, em San Blas, uma ilha entre a Colômbia e o Panamá, aprendeu espanhol com a comunidade. A mãe acrescentou que na ilha só existiam índios e para os irmãos poderem entrar na escola teve de pedir autorização ao dono da ilha.

A perspectiva de vida, de toda a família, após esta experiência tornou-se totalmente diferente. “Sonhar faz-nos viver com um propósito, faz-nos viver com vontade e no fundo a vida para mim é um bocadinho a cerca disto. Esta viagem tornou-se o nosso maior propósito de vida, só nos trouxe mais vontade de sonhar, porque os sonhos são possíveis de realizar”, nota Inês.

Os filhos desfrutaram da jornada, mas os estudos continuaram presentes. Inês encontrou uma escola americana que dispõe de ensino online.

“Eles tinham duas vezes por semana explicação de matemática para acompanhar a matéria e no caso da disciplina de português eu conseguia ajudá-los. Não sinto, de todo, que eles tenham ficado com alguma lacuna a nível escolar, sinto que aprenderam muitas coisas novas. Neste momento falam espanhol e inglês, eles sabem que as culturas são totalmente diferentes de sítio para sítio”, observa.

Para os pais esta experiência é muito mais importante do que estar numa sala de aula: “é uma experiência de vida que lhes ensina coisas que a escola nunca poderá trazer. Eles terem a oportunidade de os pais os levarem a dar uma volta ao mundo em tão tenra idade é algo único e que eles têm de aproveitar”, alega a mãe.

Quando começaram a viagem Inês criou a conta de Instagram @WindFamily para que a família e amigos pudessem acompanhar a jornada, porém, confessa, antes de toda esta aventura não tinha redes socias: “Eu não sou de redes socias e de repente aconteceu um fenómeno, isto começou a alastrar e aconteceu na época do Covid.

As pessoas estavam em casa e nós a viajar. Fomos para muita gente o sonho de alguém, fomos a lufada de ar fresco do seu dia em casa. Sinto que somos uma família muito querida das pessoas não pela viagem em si, mas por sermos uma família de amor, união e verdade”, comentou.

As saudades da família que ficou em Portugal foi uma das grandes reflexões que Inês teve durante a viagem.

“No meio do oceano somos uma casca de noz e leva-nos a reflectir. Sentimos muita falta de quem nos é querido, mas por outro lado, percebemos quem são realmente as pessoas que gostamos” salienta. Santarém foi a cidade escolhida por Wind Family para viver. Inês disse ao “Correio do Ribatejo” que já conhecia a cidade uma vez que os sogros tinham aqui uma casa de férias.

“Quando viemos cá no Natal, durante dois meses, eu adorei. Gosto muito de me sentir numa comunidade pequenina. Adoro a forma carinhosa como eu me sinto especial em Santarém. Consideramos a proximidade com as pessoas muito importante”, admite.

A viagem vai estar documentada em breve num livro muito aguardado por todos os seguidores de Wind Family: “Escrevo porque tenho de processar tudo o que vivi. Eu tenho tantas histórias para contar e tantos sentimentos para partilhar que ainda não tive tempo de os processar”, conclui Inês Saldanha.

Rita Valério

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