O restaurante ‘Ó Balcão’, do chef Rodrigo Castelo assinalou o 10.º aniversário no passado domingo (dia 21) na Quinta da Ribeirinha, Póvoa de Santarém, com a presença de cerca de oito dezenas de convidados.
Numa ementa criteriosamente planeada para o efeito, Rodrigo Castelo contou com o apoio dos chef’s Rui Martins, Tiago Bonito e Ricardo Nogueira Mugasa, também eles responsáveis por pratos servidos aos convidados, harmonizados com dez vinhos da Quinta da Ribeirinha, apresentados à medida que iam sendo servidos.
Num clima festivo e descontraído, musicalmente animado pelos ‘Três Bairros’ e com a presença especial do músico Miguel Gameiro, perto da uma hora da tarde iniciou-se o ‘desfile’ gastronómico que começou com Azeite Quinta da Ribeirinha, Queijo de Vaca Curado de Alcanhões, Queijo de Ovelha do Malhou, Pesto de Bimis e Queijo Fresco de Cabra de Azóia de Baixo, Camarinhas do Rio Tejo e Pão Tradicional do Verdelho, harmonizados pelo Espumante Branco Vale de Lobos Grande Reserva de 2018 e os Vinhos Barrica 13: um Fernão Pires de 2022 e um Clarete Fernão Pires, Castelão de 2023, numa homenagem da Quinta ao ‘Ó Balcão’ e a Rodrigo Castelo.
Seguiu-se “Os Domingos pelas mãos dos Chefs” numa alusão ao encontro domingueiro da família que, nesse dia, se reúne à mesma mesa.
O chef Rodrigo Castelo preparou uma Sopa da Pedra, harmonizada por umGrande Escolha Branco, Vale de Lobos 2018. Já o chef Rui Martins trouxe à Póvoa de Santarém uma Cabidela de Galo, acompanhada por um Vale de Lobos, Grande Reserva de 2017.
Outro dos chef ’s convidados, Tiago Bonito, cozinhou uma Chanfana, prato harmonizado por um Vale de Lobos, Grande Escolha Tinto 2013.
Finalmente, o chef Ricardo Nogueira Mugasa, serviu Leitão acompanhado por dois espumantes igualmente da Quinta da Ribeirinha: um Tinto Vale de Lobos, Grande Reserva de 2019 e um Rosé Vale de Lobos, Grande Reserva Bruto Natural de 2018.
A sobremesa foi acompanhada por Vale de Lobos Colheita Tardia, Riesling de 2017 e por Vale de Lobos, Doc do Tejo Espumante de 2002 e constou de Café das Velhas e Bolo de Noz.
Celebrar 10 anos com cinco eventos
O chef Rodrigo Castelo tem planeados para 2024 cinco eventos, todos eles para assinalar dez anos de ‘Ó Balcão’. “Eu gostaria de celebrar este 10º aniversário com cinco eventos. E gostava que fossem em Santarém, claro. Mas a verdade é que não trabalhamos só com o publico de Santarém. E os nossos parceiros também não são só de Santarém. Temos feito parcerias com as Quintas para fazer o “Ao Balcão com…”. Isso faz com que talvez possa haver um ou dois eventos fora de Santarém”, afirmou o cozinheiro ao Correio do Ribatejo.
Para Rodrigo é tempo de partilhar o sucesso e a visibilidade que tem dado a Santarém: “Isto é qualquer coisa que fazemos naturalmente. Eu não faço nada sozinho, lembro-me de todas as pessoas que passaram pelo Balcão! E todos foram importantes, todos ajudaram a construir aquilo que é hoje. Que tenhamos sempre os pés bem assentes na terra, que sejamos humildes, e que queiramos sempre um bocadinho mais todos os dias. Acho que a chave do sucesso passa por aí: humildade e muita ambição”, sublinhou.
Para o chef nem sempre é fácil lidar com a pressão, mas o saldo “é positivo”: “Para ter um restaurante como este é preciso muito amor, muita dedicação, e isto é quase um vício, porque se não fosse, seguramente, em algumas fases da vida deste restaurante já tínhamos deitado a toalha ao chão. O tipo de restauração que praticamos não é fácil, é complicado de executar.
É necessário também trazer retorno financeiro. O que não é fácil neste tipo de restauração”, reconhece.
“A nossa cozinha é de quilómetro zero, desperdício zero”
Para Rodrigo Castelo este é um projecto “que traz muita responsabilidade porque quando falo da minha cidade fico emocionado.
E sinto esta cidade. Foi aqui que nasci, foi aqui que brinquei, vivo intensamente Santarém. Ser embaixador da cidade deixa-me bastante orgulhoso”, revela.
O chef tem inovado na gastronomia fazendo parcerias com diferentes instituições da cidade: “É algo com que nos identificamos, senão não o faríamos”, nota.
“O que nos dá prazer é investigar a fundo o que são os costumes, as raízes. A nossa cozinha é de quilómetro zero, desperdício zero, por isso cozinhamos muito o que está aqui perto de nós. Isso é a nossa identidade. Acho que a nossa cozinha assim tem mais força… Depois é técnica, e trabalhar muito todos os dias”, assegura.
“É esta a cozinha que nos dá prazer, toda ela começa da mesma forma, no seu estado mais puro, a cozinha tradicional, é essa que tem sabor. E se a nossa cozinha não tiver sabor então não fazemos. Primeiro tem que ter sabor, depois então que seja bonita”, admite.
A actividade profissional de Rodrigo Castelo passou pela indústria farmacêutica, só mais tarde começou a dedicar-se à cozinha.
“Eu já ambicionava, há muito tempo, ter um restaurante. A minha passagem pela indústria farmacêutica não foi curta. Eu acho que tudo foi importante para mim.
Eu já cozinhava desde miúdo, e assim que tive a oportunidade de abrir o restaurante avancei”, explicou ao Correio do Ribatejo. Como projectos para o futuro, Rodrigonão levanta muito o véu, mas, assegura, “já estão para acontecer há algum tempo”.
“Eu não sou nada sozinho, tenho uma equipa que me ajuda imenso. Eles passam bastante mais tempo no restaurante que eu. Agradecer à equipa actual. Agradecer a todos os clientes e amigos do Balcão por acreditarem no projecto. Que continuem a acreditar que o Balcão ainda nos vai trazer muitas alegrias”, conclui.
JPN
