O Bloco de Esquerda de Torres Novas acusou o executivo municipal socialista de isentar uma grande superfície do pagamento de 94 mil euros em taxas, medida que o presidente justifica com a recuperação de uma zona degradada da cidade.

Em comunicado, o BE afirma ter, na Assembleia Municipal que se realizou na passada terça-feira, votado contra a redução de 50% das taxas municipais aplicáveis à construção de “uma grande superfície comercial, o Intermarché/Prouniva”, na zona da Várzea de Mesiões, quando, “há poucas semanas o PS [recusou] equacionar apoios ao comércio local”.

O presidente da Câmara de Torres Novas (Santarém), Pedro Ferreira (PS), disse à Lusa que o município “nunca deixou de apoiar” o comércio local, dando como exemplo o projecto de criação de uma plataforma ‘online’, sob a marca Torres Novas, para incrementar os pequenos negócios, e que “não é a primeira vez” que aprova uma redução de 50% das taxas em investimentos que considera trazerem retorno para o concelho.

Pedro Ferreira afirmou que, no caso do Intermarché, o promotor vai requalificar toda a zona degradada situada junto à rotunda da Várzea, resolvendo “um problema paisagístico” de uma das entradas da cidade, e criar uma nova zona de atractividade, que, acredita, se traduzirá no pagamento de mais impostos no concelho.

O BE critica ainda o facto de, só agora, o município avançar com a requalificação da Rua da Várzea, obra orçada em 340.000 euros, apesar de este acesso, que serve a Escola Profissional e a sede da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), se encontrar “num estado lastimável há muitos anos”.

“Consideramos que existe neste investimento uma completa subversão de valores e que, mais uma vez, o município de Torres Novas aparece numa situação subalterna em relação ao investimento de uma grande superfície comercial – o Intermarché/Prouniva”, lê-se na nota do partido.

Pedro Ferreira justifica a decisão de avançar agora com o investimento com o facto de ter entendido que não fazia sentido o arranjo da rua antes da construção da grande superfície, dada a deterioração provocada pela movimentação da obra, salientando que este é um processo que se arrasta há alguns anos.

O BE lembra que foi necessária uma suspensão parcial do PDM para permitir a “construção em leito de cheia do rio Almonda, num processo que dura há anos” e que apelida de “enorme trapalhada”.

O presidente do município torrejano afirma que existiu no local uma fábrica que encerrou na década de 1970, da qual resta uma chaminé que os promotores do investimento vão manter, e salienta que a suspensão do PDM foi autorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.

Os bloquistas colocam ainda em dúvida o anúncio do aumento de postos de trabalho, frisando que “já existem postos de trabalho nessa grande superfície e o facto de mudar de local, não significa que os postos de trabalho sejam novos”, afirmando Pedro Ferreira que, na nova localização, serão criados mais 50 empregos.

Leia também...

Exportadas 18,2 mil toneladas de frutas e legumes em 2020

A parceria entre os hipermercados Lidl e os produtores nacionais permitiu exportar 18,2 mil toneladas de frutas e legumes em 2020. Bruno Pereira, administrador…

NERSANT apresenta as melhores soluções de financiamento e consultoria para o sector do turismo

A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, vai divulgar nos dias 2 e 3 de Julho soluções de financiamento e consultoria para…

Startup celebra quatro anos com actividades para empreendedores em Torres Novas

A Startup Torres Novas assinala, na sexta-feira e no sábado, o seu quarto ano com várias actividades online dedicadas a empreendedores, como ‘workshops’ e…

Desemprego baixo e investimento perspectivam crescimento de Santarém

O concelho de Santarém será, entre os de média dimensão, dos que mais irá crescer nas próximas duas décadas, disse o presidente da Câmara,…