João Salgueiro da Costa iniciou no passado sábado a sua temporada portuguesa com um agradável triunfo no festival da Granja, o que deixa antever a consolidação da sua trajectória num plano de figura entre os marialvas da sua geração. Também a jovem Mara Pimenta apresentou boas credenciais para a alternativa que deverá tomar no princípio de Abril, no tauródromo almeirinense.

Andrés Romero, dentro do seu estilo “pinturero” e alegre, agradou ao público que aprecia este tipo de toureio, sempre muito galvanizador, e os restantes artistas cumpriram num razoável plano artístico e técnico. Filipe Gonçalves, que abriu praça, desenhou uma lide desenvolta e alegre; João Moura Caetano rubricou alguns bons detalhes frente a um novilho de escassa presença, da ganadaria de seu pai; e Marcelo Mendes esteve digno e voluntarioso frente ao menos colaborante novilho da tarde.

Os novilhos-toiros de Júlio Justino cumpriram na generalidade, destacando-se pela positiva o que foi lidado por Mara Pimenta, e que valeu a volta à arena do ganadeiro, e pela negativa o que coube em sorteio a Marcelo Mendes.

As pegas estiveram confiadas aos Grupos de Forcados Amadores de São Manços, da Póvoa de S. Miguel e de Monsaraz, que não tiveram vida difícil, embora apenas uma pega tivesse sido consumada ao primeiro intento, o que, de algum modo se compreende, quer pela aposta em jovens forcados, para rodar, quer pela falta de rotina das ajudas, que necessitam de ser mais coesas e oportunas. Pelos Amadores de São Manços foram solistas Diogo Coutinho e Alexandre Gamito, ambos ao segundo intento; pela Póvoa de São Miguel João Cortes e Carlos Tristão concretizaram as suas sortes ambos à terceira tentativa; e pelos Amadores de Monsaraz, recentemente regressados do México, foram solistas David Ramalho, à primeira, e Gustavo Perdiz, à segunda. Com as bancadas bem preenchidas e com um ambiente caloroso, apesar da tarde fria que se viveu na Granja, o festival foi agradável e bem dirigido por Domingos Jeremias, assessorado pelo médico veterinário Carlos Santana.

Inconveniências alcoólicas…

Entretanto, há a registar um lamentável incidente no final do festival taurino que envolveu o Director de Corrida. Em dado momento do festival, Domingos Jeremias deu ordem de expulsão da trincheira a dois elementos afectos a um dos Grupos de Forcados participantes, que não tinham senha de acesso para ali permanecer e, ainda por cima, evidenciavam notórios sinais de embriaguez, pelo que incomodavam o andamento do espectáculo.

À saída da praça Domingos Jeremias foi vítima de insultos e ofensas e de tentativa de agressão física, a qual só não foi consumada porque se encontrava acompanhado por elementos da GNR. O director de corrida e antigo forcado apresentou queixa contra o indivíduo que o tentou agredir na presença das autoridades e lamentou o sucedido através de um texto publicado na sua página da rede social Facebook, do qual respigamos este elucidativo excerto:

“A Direcção de Corrida está lá para fazer cumprir as regras, para que os espectadores que pagam o seu bilhete vejam um espectáculo digno, a trincheira é para os artistas, e para toda a equipa de apoio ao espectáculo, não para se estar encostado à parede à espera de ser fotografado, além do mais ninguém pode estar na trincheira alcoolizado! (…) um festival taurino ou corrida de toiros (etc.) não é uma garraiada, é um local onde os artistas mostram a sua arte pela qual trabalham o ano todo com esforço e sacrifício para chegar ao grande dia e poderem dar ao público um bonito espectáculo.”

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