A exposição Caminho das Artes regressou ao centro histórico de Santarém, no âmbito do Verão In.Santarém. Inaugurada oficialmente na passada quinta-feira, 11 de agosto, vai estar patente até ao próximo dia 24 de setembro. Como tema para este ano, apresenta imagens onde se recordam as “Artes e saberes de construção e uso da bateira avieira no rio Tejo”.
A mostra, constituída por fotos de grande formato, pode ser percorrida ao longo da Rua Serpa Pinto e na Praça Visconde Serra do Pilar, também conhecido como largo da Praça Velha, onde se encontram quadros com metro e meio de comprimento, por um metro de altura, fixados em algumas das varandas com gradeamentos metálicos.
No total, a exposição é constituída por 50 imagens captadas por fotógrafos como José Freitas, Álvaro Silva, Fernando Mendes, José Gaspar, José Peixe, Raquel Paz, Roberto Caneira, Zélia Paulo, e também do próprio responsável pela exposição, Paulo Semblante Mendes.
A apresentação e abertura da exposição contou com a presença de entidades locais e também de Inês Barroso, deputada na Assembleia da República, eleita pelo círculo eleitoral de Santarém.
João Teixeira Leite, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Santarém (CMS), realçou que esta mostra permite “à comunidade em geral a capacidade de desfrutar de um dos elevados patrimónios que Santarém tem”, seja imaterial ou natural, “como é o caso do nosso rio, e toda a cultura que está subjacente ao nosso Ribatejo”. Para o autarca, é necessário “podermos valorizar e dinamizar este riquíssimo património que está aos nossos pés, que é o rio Tejo”, e que “tem de estar presente no nosso quotidiano”, pelo que “através desta exposição conseguimos ter uma ideia da beleza que de facto existe aqui bem perto de nós”, concluiu.
Nuno Domingos, Vereador com o Pelouro da Cultura no município de Santarém, recordou que “este projeto nasceu há um número considerável de anos, sempre em parceria com o Paulo Mendes que lhe deu corpo”, e tem sido “o pilar” da iniciativa, apesar de outros momentos “em que envolvemos outros fotógrafos do Ribatejo”.
Para o curador do Caminho das Artes, Paulo Semblante Mendes, esta exposição possibilita que “mais uma vez a fotografia amadora esteja presente nas ruas de Santarém”, revelando “a diversidade e abrangência das imagens expostas”, onde “estão retratadas a maior parte das vivencias culturais, sociais, religiosas, etnográficas destas gentes da ‘borda d’água’, dando destaque á bateira como núcleo estruturante da vivência avieira”, explica. Sobre a escolha dos fotógrafos convidados, Paulo Mendes reconhece a dificuldade em selecionar autores e imagens, embora realce critérios como “o conhecimento da existência de trabalhos já realizados sobre o tema, a sua proximidade, gosto e preocupação com o rio. Daí relevar a proveniência dos autores que vão desde Vale Figueira à Povoa de Santa Iria, abrangendo os concelhos ribeirinhos de Santarém, Salvaterra de Magos e Vila Franca de Xira”.
Em edições anteriores do festival de artes e cultura, Verão In.Santarém, o Caminho das Artes mostrou fotos com imagens do Ribatejo, do seu património, tanto religioso, edificado ou etnográfico, ou pormenores de portas e janelas de habitações localizadas no centro histórico de Santarém.
De recordar que a denominação ‘Artes e Saberes de construção e uso da bateira avieira no rio Tejo’, foi adotada como o culminar de um trabalho levado acabo pelo Instituto Politécnico Santarém que, em 2015, apresentou na Direção-Geral do Património uma candidatura a Património Cultural Imaterial.
