A Casa Memorial Humberto Delgado, no concelho de Torres Novas, vai ser transformada num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura, com apoio de fundos comunitários, num investimento de 136 mil euros.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Torres Novas, refere que o município tinha apresentado uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020, com o objectivo de intervir na casa onde nasceu Humberto Delgado.

Segundo a nota, a candidatura aprovada, no valor de 136.577 euros, “irá ajudar a transformar a Casa Memorial no Centro Humberto Delgado (CHUDE), num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura”.

“As intervenções no espaço irão focar-se na recuperação e beneficiação do edificado, reparação das deficiências e debilidades, em respeito integral pelos materiais e técnicas utilizadas na sua construção, e adaptação de condições de acessibilidade a visitantes com diferentes condicionalismos, nomeadamente de mobilidade, mas também disponibilizando conteúdos adaptados para cidadãos cegos”, descreve a autarquia.

Na nota é acrescentado que o futuro edifício irá contar o percurso de vida de Humberto Delgado, com um espaço para a realização de uma exposição temporária anual, uma recepção com biblioteca e um espaço de estudo e consulta (integrada em rede com o catálogo colectivo da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, acessível ‘online’).

“Com esta intervenção pretende-se garantir uma maior atractividade e dinamização para o território de Torres Novas e a localidade de Boquilobo, assim como valorizar o património material e a memória do ‘General sem Medo’”, lê-se na a nota.

Nascido em Torres Novas, em 15 de Maio de 1906, Humberto Delgado liderou o principal movimento de tentativa de derrube do regime salazarista através de eleições, tendo sido derrotado num processo eleitoral considerado fraudulento que deu a vitória ao candidato do regime, o almirante Américo Tomás.

Em 13 de Fevereiro de 1965, Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos foram assassinados perto de Badajoz, por uma brigada da polícia política (PIDE – Polícia Internacional de Defesa do Estado) chefiada por Rosa Casaco, que o atraiu a este local convencido de que se ia encontrar com militares oposicionistas.

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