O Festival Internacional de Cinema de Santarém (FICS), que decorreu entre 1971 e 1989, com o foco aponto às temáticas agrícola, rural e ambiental, está de regresso à cidade capital do distrito, entre 24 a 28 de Maio, com a 16.ª edição do certame, que se vai dedicar à relação do ser humano com o seu meio.
“Passadas três décadas de pausa, o Cineclube de Santarém e a Câmara Municipal de Santarém decidiram dar uma nova vida ao Festival e retomar o rumo traçado”, lê-se numa nota do FICS.
A programação, a exibir e que se separa em diferentes secções – competitivas (internacional e portuguesa) e não competitivas –, estará focada em filmes que tratam matérias como “o trabalho, a natureza, a indústria, a preservação ambiental, as alterações climáticas, as tradições, o que permanece e o que se altera”, indica a nota. As inscrições para a 16.ª edição do FICS decorrem até 1 de Abril, estando as informações disponíveis em www.ficsantarem.pt.
Entre as secções previstas, a organização destaca a “Cinema à Mesa”, que vai explorar temáticas como alimentação, cultura e sociedade, com as sessões a serem acompanhadas por refeições patrocinadas por restaurantes parceiros, e realça actividades como conversas, workshops e “encontros que possibilitem o diálogo entre público, agricultores, investigadores, ambientalistas, cientistas, cineastas e artistas”.
O FICS “nasceu em 1971, fruto da vontade de vários apaixonados pelo cinema em mostrar os melhores filmes nacionais e internacionais”, explica a nota de imprensa da organização. O festival foi interrompido em 1989, quando já era “um marco do panorama cultural nacional”.
O FICS pretende criar um lugar onde se explore a complexidade do mundo através do cinema. O trabalho, a natureza, a indústria, a preservação ambiental, as alterações climáticas, as tradições, a ruralidade, o que permanece e o que se altera, os gestos da terra no grande ecrã.
O Festival tem uma abordagem livre em relação a estas representações, abraçando as mais diversas abordagens artísticas e formais como a ficção, o documentário, a animação ou o cinema experimental.
“Acreditamos que um festival de cinema é um corpo plural, feito de diálogos e de encontros entre os filmes e o público. Esta energia transformadora irá espalhar-se pela cidade de Santarém, num trabalho dedicado pela descentralização do acesso à cultura, pela cidadania participativa, pelo ensino através da arte e em comunidade, por uma acção sustentável e pela valorização do território”, refere a organização.
Projecto Educativo
O Projecto Educativo do FICS, chamado Sementes e Rebentos, irá estender-se ao longo das datas do Festival e nasce da convicção que o cinema é uma expressão humana capaz de potenciar uma cidadania mais crítica, informada, aberta e respeitadora da diferença, visando a construção de uma sociedade mais justa, tolerante e, portanto, mais forte.
Um dos grandes desafios a que o FICS se propõe é o de construir um espaço onde a sua programação se aproxime do público infantil e juvenil, em contexto escolar ou familiar, mas também do público sénior. As sessões e oficinas que se irão desenvolver têm como objectivo estimular um constante questionamento do mundo. Os participantes encontrarão nelas um espaço onde podem pensar em conjunto os filmes apresentados.
A experiência colectiva do cinema, bem como a conversa gerada a partir dela, promovem a articulação de pensamentos e emoções, e a partilha destes com o grupo.
É nesta experiência que julgamos residir uma das grandes forças do cinema de temática
ambiental, por permitir veicular valores que são essenciais para uma cidadania inclusiva, crítica, participativa, respeitadora e consciente.
De forma a tornar acessíveis os conteúdos programados, as actividades serão pensadas individualmente para as várias faixas etárias, abrangendo crianças e jovens dos 4 aos 18 anos, as suas famílias, a comunidade de professores e educadores e o público sénior, mas também outros facilitadores e profissionais do serviço educativo.