O Instituto Politécnico de Santarém forma perto de 1000 diplomados todos os anos e está mobilizado para o estabelecimento de parcerias que promovam uma estratégia de desenvolvimento regional especializado e inteligente, seja no sector agro-alimentar, da saúde ou das novas tecnologias aplicadas à indústria dos produtos endógenos da região.

Foi nesse sentido que, no ano lectivo transacto, decidiu alargar a sua oferta formativa de proximidade e especializada para fora dos dois concelhos de actuação (Santarém e Rio Maior) e, em articulação com as necessidades do tecido económico e social dos municípios da zona Norte de Lisboa, lançou oito cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP).

Este projecto, que se insere no âmbito da plataforma de ensino superior politécnico na zona Norte de Lisboa, designadamente nos concelhos da Amadora, Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Odivelas, Sintra, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, envolvendo os Politécnicos de Santarém, Leiria, Setúbal e Tomar, pretende dar resposta às necessidades de qualificação das empresas nestes territórios, garantindo um esforço colectivo e um impulso para a qualificação superior da população nestas zonas, estimulando a sua capacitação social e económica, assim como a modernização do tecido produtivo e da administração pública numa das regiões de Portugal com maior densidade populacional.

Este ano, face ao sucesso obtido na edição anterior, a experiência repetiu-se com a abertura de novas turmas para, entre outros, o CTeSP de Surfing no Treino e na Animação Turística, oferta formativa da Escola Superior de Desporto de Rio Maior que decorre na Ericeira, concelho de Mafra, um curso que é reconhecido pelo IPDJ no âmbito do Plano Nacional de Formação de Treinadores, nas componentes de Formação Geral, Específica e Estágio de Treinador de Surf grau 1.

Segundo Fernanda Pires, directora da Unidade de Formação Pós-Secundária e Profissional do Politécnico de Santarém, esta opção “é o sinal de que a aposta do IPSantarém mais uma vez foi acertada. Este modelo de formação tem uma grande margem de progressão e de desenvolvimento do ensino superior politécnico nas regiões e no país” assim como “o facto de o Politécnico de Santarém ser uma instituição pioneira neste formato demonstra a vitalidade da nossa instituição, sempre inovadora nas soluções que apresenta para o ensino superior em Portugal”.

Ao Correio do Ribatejo, a responsável frisa a importância do Instituto ir “ao encontro das populações locais”, inserindo-se nas diferentes regiões e aumentando assim o número de alunos em formação. “Alargámos a oferta formativa a locais onde não havia oferta de CTeSP, uma vez que as universidades não estão integradas neste tipo de oferta formativa e esta é uma forma de captar novos alunos, mas também de dar oportunidade às pessoas para evoluir e ter novas qualificações”, acrescentou.

“Os municípios aderiram logo porque podiam, junto dos seus parceiros, dizer que tinham oferta de ensino superior. Por sua vez, o cidadão tem uma oferta perto da sua residência. Fomos ao encontro das necessidades dos municípios, dos cidadãos e das empresas. Para criar estes CTeSP tivemos que o fazer em consonância com empresas locais que nos garantam os estágios já que estes cursos têm um semestre com um estágio de 750 horas feito em contexto empresarial, normalmente da região”, esclareceu.

Microcredenciais para grandes oportunidades

Também no sentido de alargar e adaptar a sua oferta formativa às necessidades reais da região, o IPSantarém lançou este ano a primeira edição do curso de Microcredenciais em “Atendimento e Qualidade de Serviço”, que teve início no dia 10 de Outubro.

Segundo Fernanda Pires, esta formação, composta por um módulo, tem entre outros objectivos, “promover a aquisição de novas competências e conhecimentos através da promoção da aquisição de uma consciência profissional; melhoria do autoconhecimento e autocontrole; e a promoção das competências comportamentais e de comunicação que potenciem o desenvolvimento pessoal e a acção profissional, nomeadamente a relação com os clientes”.

Segundo Fernanda Pires, actualmente um número crescente de pessoas precisa de actualizar os seus conhecimentos, aptidões e competências para preencher a lacuna entre sua educação formal e as necessidades de uma sociedade de desenvolvimento do conhecimento e do mercado de trabalho em rápida mudança.

A recuperação da crise devido à pandemia por COVID-19 e as transições verdes e digitais exigem que as pessoas se aperfeiçoem ou requalifiquem, mantenham e adquiram as competências que lhes permitem uma participação plena na sociedade, garantindo a sua capacitação pessoal, social e profissional.

“São formações curtas, dirigidas para pessoas que pretendem uma qualificação ou uma requalificação. São normalmente formações breves e focadas num determinado tema. A primeira microcredencial que lançámos foi de atendimento, focada para funcionários do próprio Instituto e Escolas.

Tivemos outra, recentemente, de Jogos Tradicionais que decorreu na Escola Superior de Desporto de Rio Maior e temos estado, também, em colaboração com a NERSANT na geração de ideias de negócios em produção alimentar sustentável. Depois, temos duas na escola de saúde nomeadamente Políticas de Saúde e Supervisão Clínica”, precisou. Segundo disse, os cursos de formação e as experiências de curta duração estão a desenvolver- se rapidamente em toda a Europa graças a diversidade de partes interessadas públicas e privadas, “em resposta à necessidade de formas de ensino e formação mais flexíveis e centradas no aluno”.

“A natureza flexível destas qualificações permite abrir oportunidades de aprendizagem para os cidadãos, incluindo os que trabalham a tempo inteiro”, disse a responsável da Unidade de Formação Pós-Secundária e Profissional do Politécnico de Santarém.

Mas este impacto não está apenas centrado nas pessoas, está igualmente no incremento da relação entre o Ensino Superior e as Empresas, bem como no alcance de novos públicos-alvo que habitualmente estão mais distanciados do ensino superior. Não é por acaso que, mais recentemente, saiu um decreto- lei (nº27/2021) que enquadra esta temática e que está intimamente ligada ao Planode Recuperação e Resiliência.

Os Cursos de Microcredenciais, formação que decorre ao longo da vida, são compostos por um ou mais módulos de curta duração e promovem a aquisição de novas competências, factor que o Politécnico de Santarém valoriza, pelo que irá apostar nesta oferta formativa através da administração de novos cursos.

De acordo com a Comissão Europeia, estas qualificações certificam resultados de aprendizagem obtidos através de cursos de curta duração ou módulos, podendo, por isso, ser garantidos pelos cidadãos em várias modalidades de aprendizagem: presencial, online ou blended.

“As Microcredenciais são aprovadas no âmbito do “Impulso Adultos” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estão orientadas para duplicar a participação de adultos em processos de actualização e reconversão de competências de âmbito superior através da participação em programas de formação articulados com empregadores públicos e privados, incluindo empresas”, concluiu Fernanda Pires.

O Politécnico de Santarém lidera o Consórcio Tejo e Mar – CTM (com o IPTomar e a Escola Náutica Infante D. Henrique) e integra igualmente o consórcio MERIDIES liderado pelo IPPortalegre (com IPPortalegre, IPSetúbal, IPBeja e Universidade de Évora).

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