Manuel dos Santos, natural da Golegã onde nasceu em 11 de Fevereiro de 1925, foi um toureiro de enorme prestígio mundial, ombreando com as principais figuras do seu tempo. Corria o ano de 1941 quando Manuel dos Santos se apresentou como amador na Chamusca, porém, foi na Golegã, com Patrício de Sousa Cecílio, que aprendeu as bases do toureio, orgulhando o seu mestre que o levou a tomar a alternativa de bandarilheiro, na Praça do Campo Pequeno, em Lisboa, numa corrida nocturna que se realizou em 26 de Julho de 1944, apadrinhado por Alfredo dos Santos, que lhe cedeu a lide de um toiro da ganadaria de Joaquim Mendes Núncio, de Alcácer do Sal, passando a integrar a quadrilha do cavaleiro João Branco Núncio. 

A sua carreira de novilheiro em Espanha foi notável, tendo a sua estreia ocorrido na Praça de Badajoz, na tarde de 26 de Junho de 1947. Nesse mesmo ano, a 14 de Dezembro, recebeu a alternativa de matador de toiros na Praça “El Toreo”, na cidade do México, apadrinhado pelo famoso Fermín Espinosa “Armillita” com o testigo de  Carlos Arruza. Gravemente colhido nesta corrida pelo toiro Vanidoso, renunciou a essa alternativa recebendo-a em 15 de Agosto de 1948, na Real Maestranza de Sevilha, tendo como padrinho Manuel Jiménez “Chicuelo”. 

A partir de então a sua carreira foi recheada de triunfos, mau grado algumas colhidas graves, das quais sempre recuperou com mais empenho e valor. Figura importante no seu tempo, Manuel dos Santos retirou-se em 18 de Outubro de 1953, numa memorável corrida realizada no Campo Pequeno, em Lisboa, após o que encetou a carreira de empresário tauromáquico da antiga Praça de Algés, actividade que desempenhou entre 1955 e 1959. Em 1960 regressou às arenas, reaparecendo numa corrida no México, em 26 de Fevereiro, e em Portugal, em 26 de Junho, no Montijo. 

Retirou-se definitivamente em 1964 e nos últimos anos da sua vida foi empresário da Praça do Campo Pequeno, contribuindo de forma notável para a valorização da tauromaquia em Portugal. Manuel dos Santos morreu tragicamente num acidente de viação, em 18 de Fevereiro de 1973, próximo de Vendas Novas, quando regressava à Quinta de Guadalupe, na Golegã, onde residia, após uma visita à sua ganadaria “Porto Alto”. A sua morte deixou um vazio nunca preenchido.

Este ano por ocasião do centenário do seu nascimento estão previstos diversos actos de justa homenagem, a começar já neste próximo fim-de-semana. No sábado, no Largo da Imaculada Conceição, na Golegã, pelas 16.10 horas será lançado um documentário sobre Manuel dos Santos, seguido da apresentação de um fado de homenagem ao consagrado matador por João Chora, Bernardo Canelas e Filipa Maltieiro, após o que decorrerá a apresentação da segunda edição do livro “Manuel dos Santos – O Homem e o Toureiro”, da autoria de seu filho, Dr. Manuel Jorge dos Santos, e pelas 17.15 horas será inaugurado o Museu Manuel dos Santos.

No dia seguinte, pelas 11 horas, terá lugar uma homenagem a Manuel dos Santos, junto à sua sepultura no Cemitério da Golegã, e às 12 horas será celebrada uma Missa In Memoriam na Igreja Matriz da Golegã. As homenagens neste fim-de-semana culminarão com um almoço na Quinta Guadalupe Eventos, sujeito a pré-reserva.

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