O movimento Mais Santarém criticou o executivo escalabitano por ter vendido a “casa do relojoeiro”, para onde esteve prevista a segunda fase do Museu do Tempo, mas o município lembra que esse projecto foi chumbado pela Direção do Património.
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, disse à Lusa ter ficado “surpreendido” com as acusações proferidas pelo Mais Santarém, sublinhando que a venda do edifício, em hasta pública, foi aprovada por unanimidade tanto no executivo como na Assembleia Municipal, onde aquele movimento integra a bancada do Partido Socialista.
No comunicado enviado à Lusa, intitulado “triste futuro para o Museu do Tempo”, o Mais Santarém afirma que a venda do pequeno edifício em ruínas, “a troco de uns parcos 52 mil euros”, hipotecou “em definitivo” a hipótese de construção da segunda fase do museu.
O imóvel, contíguo à Torre das Cabaças, onde, no final da década de 1990, foi instalado o Museu do Tempo, foi adquirido há 20 anos pelo município na perspectiva de vir a ser concretizada a segunda fase do museu, mas Ricardo Gonçalves disse que, por duas vezes, o projecto foi chumbado pelo então IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico), actual Direção-Geral do Património.
Segundo disse, o município ainda ponderou instalar ali um posto de turismo, ideia que foi abandonada com a inclusão desta valência no projecto de recuperação do mercado municipal.
Para Ricardo Gonçalves, não faz sentido o município ser proprietário de edifícios em ruínas quando agrava o IMI para os privados que não recuperam imóveis degradados, salientando que está em curso um processo de reabilitação do centro histórico sem precedentes, no qual se insere o edifício em causa.