Teve lugar no passado fim-de-semana a sempre mediática Feira Taurina de Olivenza, cujos cartéis, recheados de grandes figuras do toureio, tiveram o condão de uma vez mais esgotar por duas vezes a lotação da carismática praça oliventina.

O ciclo ferial começou com duas novilhadas, de oportunidade a jovens valores que vão fazendo o seu percurso na esperança de lograrem alcançar o seu sonho de serem matadores de toiros. Carlos Domínguez (ovação e orelha) e Eric Olivera (orelha e silêncio) cortaram as primeiras orelhas da feira no regresso à data tradicional no primeiro fim-de-semana de Março, coroando assim as suas vistosas actuações. O momento da tarde chegou no quarto novilho, de José Luís Marca, frente ao qual Domínguez assinou uma faena de muita classe. Manuel Perera (ovação- ovação) teve muito poucas opções de lide, mas ainda assim agradou ao conclave.

Na segunda novilhada saíram em ombros o mexicano Alejandro Adame (ovação e duas orelhas) e a espanhola Raquel Martín, (duas orelhas e silêncio), enquanto Lalo de María lidou a contento do público, mas desperdiçou os troféus devido ao mau uso do estoque, tendo sido ovacionado em ambos os novilhos. Lidaram-se novilhos de El Freixo e registou-se uma entrada de três quartos.

António Ferrera celebrou em ambiente memorável os seus vinte cinco anos de alternativa encerrando-se com seis toiros da emblemática ganadaria de Victorino Martín, num gesto de imenso valor. O resultado artístico foi notável, tendo cortado cinco orelhas e um rabo, merecendo maior destaque o facto de haver indultado o quinto toiro, “Madero”, nº 52, com 578 quilos, depois de uma apoteótica faena.

O matador pacense cortou uma orelha ao primeiro toiro, foi silenciado no segundo, cortou outra orelha ao terceiro e mais uma ao quarto (que foi estoqueado pelo sobressalente Álvaro de la Calle, por ter partido um piton), duas orelhas e rabo (simbólicos) ao quinto, que foi indultado, e foi aplaudido no sexto, o pior do lote. Saiu em ombros, unanimemente vitoriado pelo muito público que preenchia as bancadas de Olivenza.

A segunda corrida do ciclo esgotou o papel, como se costuma dizer, mas o balanço artístico ficou aquém do que se esperava.

Os toiros de Zalduendo não saíram a contento dos famosos diestros, que, apesar de tudo, se empenharam em dignificar o toureio e em respeitar o público. “Morante de la Puebla” (silêncio e ovação) rubricou alguns momentos de uma fragância inebriante, mas não passou disso; “El Juli” cortou a única orelha da tarde ao seu primeiro toiro e foi aplaudido no segundo; e Emílio de Justo foi ovacionado num toiro e silenciado no outro.

A última corrida da feira permitiu apreciar a eloquência técnica e artística de três grandes lidadores. Cada um com o seu estilo pessoal, mas todos com um nível excepcional. “Morante” foi justamente aplaudido no primeiro do seu lote e no segundo inventou toiro para brindar o público que esgotou a lotação da praça com uma faena de luxo, tendo sido premiado com uma orelha; José Maria Manzanares foi ovacionado no seu primeiro toiro e cortou as duas orelhas ao segundo, depois de uma faena de antologia, saindo no final em ombros; Andrés Roca Rey cortou uma orelha ao primeiro toiro do seu lote e foi ovacionado no último da tarde, depois de uma esforçada faena. Os toiros de Nuñez del Cuvillo saíram a cumprir, destacando-se o quinto da ordem, que tocou a Manzanares, que bem o aproveitou.

A Feira de Olivença terminou com grande ambiente e devolveu aos milhares de aficionados que ali afluíram o sortilégio das memoráveis jornadas taurinas.

Leia também...

Clube Taurino Vilafranquense entrega Troféus 2021

A cerimónia da entrega dos troféus relativos à temporada de 2021 na…

“Orelha de Ouro” ficou em Portugal

Vicente Sánchez, aluno da Escola de Toureio “José Falcão”, de Vila Franca…

“Promessas do Rejoneio”

Os cavaleiros portugueses António Prates, Tristão Telles de Queiroz e Luís Pimenta…

Aproximam-se as datas…

O tempo vai correndo e não tarda nada temos aí as corridas…