Tal como tudo fazia prever e os diversos indicadores indiciavam, julho tem sido um mês quente.

E as altas temperaturas, reduzida humidade e o vento, a par dos fatores que lhe estão associados, em especial a nossa incapacidade de gestão do território, leia-se no caso a Floresta, contribuíram para duas semanas intensas de incêndios florestais, com a agravante de alguns deles, como ocorreu em Palmela ou em Loulé, tocarem as zonas urbanas.

Sinais cada vez mais alarmantes e que impõem uma profunda reflexão para a mudança.

O fenómeno dos incêndios florestais trouxe à Comunicação Social (CS) alguma acalmia no que se refere à Guerra na Ucrânia.

A agulha do gira-discos mudou de faixa, e levantou da faixa “Ucrânia” para a faixa “fogos”.

As longas reportagens da Guerra foram substituídas por longos diretos e reportagens na ânsia de demonstrar uma enorme lavareda, o desespero das pessoas com o medo de perder os seus bens, a azáfama dos bombeiros em correria e movimento à procura da melhor área para a sua intervenção, a entrevista ao Autarca local.

Passámos de imagens de destruição e morte, provocados por uma Guerra, a largos milhares de quilômetros, mais de 4 mil, para imagens de destruição provocada por incêndios a dezenas ou poucas centenas de Km das Redações.

Se para a invasão na Ucrânia estou em querer que, por mais tentativas de realização de cimeiras de paz, sem uma verdadeira reunião entre Putin e Biden, mediada pela ONU, a paz não será alcançada (estamos numa nova fase da Guerra-Fria), a questão dos incêndios não é resolúvel com cimeiras.

A resolução da questão florestal no nosso país não se resolve com Cimeiras. Exige uma transformação radical na paisagem e no nosso território. Exige um “Fazer”!

E muito investimento público e privado.

Fundamentalmente, bem geridos para se atingirem resultados.

Porque, até este momento, já ardeu maior área florestal que durante todo o ano de 2021.

Aliás, a área ardida deste ano arrisca- se a ser a maior desde o fatídico ano de 2017.

E o julho ainda não terminou.

Espera-nos por isso, pelo menos, mais dois meses e meio de enorme preocupação.

E importará que a floresta continue a ser assunto e tema para a CS.

É determinante que assim aconteça. Até para evitar os programas e debates televisivos, outra chaga que os incêndios nos trazem, com a presença de indivíduos que, se pagassem impostos por cada disparate ou alarvidade que dizem, seria possível anular a divida pública.

Por muito bom que fosse anular a divida…

Leia também...

GNR fiscaliza veículos pesados durante toda a semana

 A GNR vai desenvolver esta semana uma acção de fiscalização de veículos pesados para melhorar a segurança rodoviária, a sustentabilidade, a concorrência e as…

Bispos lembram hoje em Fátima vítimas de abuso no seio da Igreja

Os bispos católicos portugueses concelebram hoje uma missa no âmbito do Dia Nacional de Oração pelas vítimas de abusos, na qual vão ter uma…

Ex-diretor da Lusitânia assume que trocou informação mas nega participação em cartel

O ex-director da área comercial da Lusitânia assumiu hoje, no Tribunal da Concorrência, que participou na troca de informações com a Tranquilidade e a…

Street Food Rio Maior de 31 de Maio a 3 de Junho

O Street Food Rio Maior, está de regresso ao Jardim Municipal de Rio Maior. Rio Maior é um concelho com fortes tradições gastronómicas, prova…