Na passada sexta-feira, dia 29 de Setembro, pelas 19 horas, o saudoso cavaleiro Joaquim Bastinhas foi muito justamente homenageado em Elvas, sua terra natal, com a inauguração de uma estátua em sua memória, frente ao Coliseu Comendador Rondão de Almeida.

Assim se eternizará o conceituado cavaleiro elvense na presença de muitos familiares e amigos, aficionados e instituições locais que recordam com saudade a figura e a personalidade de um Homem de excepção, aqui retratado num feliz trabalho do escultor sevilhano José António Navarro Arteaga.

Elvas viveu nesta oportunidade um tempo de homenagem a um homem que marcou a história de Elvas e a história da tauromaquia no último quartel do século passado e nos primórdios do século XXI, de seu nome de baptismo Joaquim Manuel Carvalho Tenório, mas que perdurará na memória de todos os aficionados pelo apodo de “Bastinhas”!

Gente do universo taurino, algumas personalidades da política, conterrâneos e muito povo anónimo quis associar-se a tão justa homenagem o que muito dignificou esta iniciativa que não deixa cair no esquecimento uma personalidade desta grandeza.

A cerimónia foi pautada por emotivos discursos, nomeadamente os que foram proferidos por uma das netas de Joaquim Bastinhas e o de seu filho Marcos. O presidente do Município de Elvas, Comendador Rondão de Almeida, exaltou com emoção e eloquência a trajectória humana e artística de Joaquim Bastinhas.

Em muitas crónicas de corridas em que o saudoso marialva elvense actuava, tivemos a oportunidade de salientar o notável contributo de Joaquim Bastinhas a favor da tauromaquia portuguesa, posto que mercê da sua alegria espontânea, da sua irreverência artística e da sua competência técnica foi dos toureiros que mais simpatia colheu junto da afición nacional, a ninguém deixando indiferente.

Dentro e fora da praça, Joaquim Bastinhas mantinha sempre o registo de afabilidade e de respeito pelo público, dominando como nenhum outro as regras do espectáculo tauromáquico, pelo que em muitas temporadas foi o cavaleiro que mais corridas toureou, engrandecendo todos os cartéis em que estava integrado, independentemente dos cavaleiros com quem alternava.

Se numa primeira fase Joaquim Bastinhas interpretava o toureio equestre com mais vivacidade, impondo um andamento excessivo às suas montadas e nem sempre cravando a ferragem de alto a baixo, privilegiando as sortes a quarteio e, sobretudo os ferros de adorno, os pares de bandarilhas, os violinos e os palmitos, nas últimas temporadas Joaquim Bastinhas, mantendo todos os atributos que o tornaram figura, passou a praticar um toureio mais repousado, a desenhar sortes frontais pisando os terrenos do toiro e a rematar cada sorte com adornos de belo efeito estético. Os pares de bandarilhas, claro, não podiam faltar, porque o público não lho consentia.

Vitimado por doença, devido a uma infecção bacteriana, após uma intervenção cirúrgica, Joaquim Bastinhas deixou-nos no apogeu da sua carreira artística e mantendo excepcionais índices de popularidade, que extravasava muito para além do universo taurino. Joaquim Bastinhas foi uma figura de projecção nacional e transversal a toda a sociedade portuguesa, daí a saudade que ainda se sente pela sua tão prematura e inesperada partida.

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