Eu corrupto, tu corruptas, ele (ou ela) corrupta, nós corruptamos, vós corruptais, eles (ou elas) corruptam.
No princípio era o verbo. Terá tido origem na atitude de Judas, discípulo corrupto que vendeu Jesus por 30 moedas de prata. Depois, os líderes políticos judeus levaram Jesus à presença de Pôncio Pilatos, governador da província romana da Judeia e administrador geral corrupto da Petrolífera Multinacional da Corrupção do Império. Pediram-lhe que decretasse a sua pena de morte, para que não se tornasse rei dos Judeus. O Pôncio, que fazia pilates, era um corrupto financiado pelo BES, BCP, BPN, BIC e CGD, e autorizou a sua crucificação em troca do perdão da dívida. Na Judeia havia um sistema bancário com administração corrupta, e o Romano Futebol Star Clube, fundado pelo Rei Herodes, que era o principal accionista, vendia jogadores fugindo ao fisco sem declarar as receitas no IRC.
Assim podemos concluir que a corrupção é prática antiga, e que sempre usufruíu da evolução das sociedades nas suas estruturas económicas e políticas, como bancos, empresas, partidos políticos, clubes desportivos, offshores, e afins.
Foi sempre um “salve-se quem puder”, e, curiosamente, salvam-se porque podem! Não comento nenhum caso judicial em Portugal porque estão em “segredo de justiça”, e o Povo não liga muito a essas coisas.
Só quando os processos prescreverem, porque demoram mais do que uma consulta aos olhos no Sistema Nacional de Saúde, é que deixarão de ser segredo. Entretanto os arguidos já morreram ou vivem corruptamente felizes noutros países.
“Dura lex, sed lex” mas devagarinho para não magoar ninguém!
(a expressão remonta ao início das leis escritas em Roma)
In: ‘Correio do Ribatejo’ de 24 de Janeiro de 2020